Adoração dos Pastores Tapeçaria, Co-Catedral de São João, Malta |
História, legado e atualidade da Ordem Soberana Militar e Hospitalária de S. João de Jerusalém, de Rodes e de Malta, em Portugal
sábado, 20 de dezembro de 2014
quinta-feira, 4 de dezembro de 2014
domingo, 21 de setembro de 2014
As pinturas do retábulo-mor da igreja de Malta
Retábulo-mor da igreja matriz de Malta |
Da autoria de Isabel da Costa Lopes, Licenciada em História da Arte e Património pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, o trabalho "As pinturas do retábulo-mor da igreja matriz de Malta", uma pequena povoação pegada à freguesia de Olmos, concelho de Macedo de Cavaleiros, distrito de Bragança - na região de influência da antiga comenda de Algoso - revela-nos as motivações que moldaram as pinturas em apreço.
As pinturas datam de inícios do século XVI e, segundo ao autora, revelam-nos «um discurso ideológico que não se confinava ao pequeno território que envolvia o templo e as imagens que o decoravam. Esse discurso, que actuou como um aglutinante estrutural, caracterizou a retórica medieval e penetrou nas primeiras décas de quinhentos, em muitas regiões da Europa ocidental.»
Isabel da Costa Lopes, sustenta que «Os templos que hoje encontramos em locais ermos, constituíram, noutros tempos, centros aglutinadores que correspondiam a uma necessidade de expansão, assumindo, em simultâneo, uma simbologia de sacralização territorial (...). Na temática decorativa destas tábuas, o conteúdo, a forma e a função inconográfica convergem de forma coerente para uma retórica dos formulários teóricos da cristandade. Mas, não só: todo o discurso visa o estabelecimento de mecanismos mentais que favoreçam a fixação das populações em território de condições adversas e contribuam para a lenta estruturação geográfica política do reino.»
O trabalho em apreço pode ser consultado online aqui.
sexta-feira, 27 de junho de 2014
Parlamento aprovou criação do Dia do Peregrino
O Parlamento aprovou hoje, dia 27/06/2014, a instituição do Dia do Peregrino, que vai ser celebrado a 13 de outubro, uma proposta da maioria PSD/CDS que visa “dignificar o papel do peregrino na construção da sociedade portuguesa”.
PROJETO DE RESOLUÇÃO N.º 1050/XII (3.ª) INSTITUI O DIA NACIONAL DO PEREGRINO
1. Desde tempos imemoriais que os peregrinos – vocábulo de origem latina, per agrum, que significa ‘pelos campos’ –, realizam, no âmbito histórico e religioso, individualmente ou em grupo, jornadas em direção a um determinado lugar sagrado.
2. Em Portugal, existe uma forte tradição na realização de peregrinações cristãs direccionadas para os mais variados locais de culto, com destaque para aquelas que se decorrem no Santuário de Fátima, que envolve inúmeras pessoas.
3. É de referir que a condição de peregrino não se esgota na intenção de caminhar em direção de um lugar sagrado; importa também valorizar o motivo que o levou a fazer essa jornada, determinante para a sua vida, onde muitas vezes se procura o sentido da própria existência, como um percurso interior.
2. Em Portugal, existe uma forte tradição na realização de peregrinações cristãs direccionadas para os mais variados locais de culto, com destaque para aquelas que se decorrem no Santuário de Fátima, que envolve inúmeras pessoas.
3. É de referir que a condição de peregrino não se esgota na intenção de caminhar em direção de um lugar sagrado; importa também valorizar o motivo que o levou a fazer essa jornada, determinante para a sua vida, onde muitas vezes se procura o sentido da própria existência, como um percurso interior.
segunda-feira, 23 de junho de 2014
sexta-feira, 20 de junho de 2014
domingo, 15 de junho de 2014
A propósito da histórica participação da Ordem de Malta na Procissão do Corpo de Deus
Trata-se de uma das mais antigas Procissões de Lisboa. A
origem da Solenidade do Corpo e Sangue de Cristo remonta ao século XIII, altura em que a Igreja
Católica sentiu necessidade de realçar a presença real do "Cristo
todo" no pão consagrado. A Festa de Corpus Christi foi então instituída em 11 de Agosto de 1264,
pela bula Transiturus de hoc mundo, do Papa Urbano IV, para ser celebrada na quinta-feira após a Festa da Santíssima Trindade,
que acontece no domingo depois de Pentecostes.
Em
Portugal, a solenidade do Corpus Christi já era celebrada no século XIII, desde
o reinado de D. Afonso III. Era, à época, uma simples festa de adoração, não
envolvendo a procissão pelas ruas. O rito da procissão foi instituído pelo Papa
João XXII (1317). Actualmente, neste dia, em todas as 20 dioceses de Portugal,
fazem-se procissões solenes a partir da igreja catedral, tal como em muitas
outras localidades, que são muito concorridas. Estas procissões atingem o seu
esplendor máximo em Braga, Porto e Lisboa. De resto, na capital, a festa do
Corpo de Deus incluiu a Procissão, pela primeira vez, no reinado de D. João I, em 1389, pouco tempo volvido
após a consolidação da autonomia face a Castela e do bom augúrio criado pelas
vitórias bélicas de D. Nuno Álvares Pereira e pela influência cultural
britânica (de tal forma que S. Jorge passou a ser considerado Padroeiro de
Portugal).
Razão
pela qual, à solenidade do Corpo de Deus se juntou a festa de São Jorge e desta
junção resultou a magnificência da Procissão da capital. Manifestação religiosa
que chegou a atingir surpreendente grandiosidade no tempo de D. João V, incorporando
a Procissão, para além doutras, delegações de diversas Ordens Religiosas e
Militares, como da Ordem de Malta, nomeadamente a
partir de 1899, data em que se fundou a Assembleia dos Cavaleiros Portugueses
da Ordem Soberana e Militar de Malta, herdeira das tradições hospitalárias, assistenciais e culturais da Ordem dos Cavaleiros Hospitalários de São João de Jerusalém, de Rodes e de Malta, em Portugal.
El-Rei D. Manuel II, Presidente de Honra da Assembleia dos Cavaleiros Portugueses da Ordem de Malta,
pegando na primeira vara do pálio, na Procissão do Corpo de Deus, em 18 de Junho de 1909
Sempre em Junho, as cerimónias tinham o seu início no Castelo de São Jorge, onde a imagem do Santo era colocada sobre um cavalo e percorria as ruas da cidade guardada pelo seu pajem e pelo seu escudeiro, o "homem de ferro", que segurava o estandarte de S. Jorge, o padroeiro da cidade e defensor da fé cristã. Quando o cortejo chegava à Sé catedral, era celebrada uma missa onde o Cardeal-Patriarca elevava a Custódia (Corpo de Deus), aos presentes e a preparava para que, finda a celebração, emergisse à porta da igreja, sob um magnífico pálio, rodeado por Suas Magestades e pela nobreza, formando-se a procissão, na qual o rei e os infantes tomavam uma das varas (geralmente a primeira da direita), sendo as restantes destinadas ao presidente do Senado da Câmara e à antiga nobreza.
A procissão prosseguia o seu caminho passando pela Igreja de Santo António e pela Madalena até à baixa, percorrendo as suas principais artérias de onde partia para regressar à Sé.
El-Rei D. Manuel II à saída da Sé no final das Cerimónias, em 18 de Junho de 1909 |
Ao
longo da história da Procissão do Corpo de Deus em Lisboa, porque especialmente
integrada pelos mais altos dignitários da Corte - aparentemente mais
desprotegidos - é curioso notar a tentação de realização de atentados contra as
figuras régias. Um desses atentados deu-se contra El-Rei D. João IV. Tendo sobrevivido
o monarca, sua esposa (D. Luísa de Gusmão) promoveu a construção do Convento
dos Carmelitas, justamente no lugar do falhado crime, na baixa lisboeta,
ficando conhecido como do “Corpus Christi”.
Outro
atentado famoso deu-se contra D. Manuel II, perto da Igreja da Vitória, quando
a procissão passava perto da Igreja da Vitória, na rua do Ouro.
Saída da Procissão, em 30 de Maio de 1907. El-Rei D. Carlos I, Primeiro Presidente de Honra da Assembleia dos Cavaleiros Portugueses da Ordem de Malta, pegando na primeira vara direita do pálio. |
Com
a passagem à República, a Legislação de 1910, que iniciou o processo de
separação da Igreja do Estado, proibiu os dias santos da Igreja (excepto o Natal
e o dia 1 de Janeiro) e interrompeu o culto público.
Em
2003, a Procissão do Corpo de Deus voltou a percorrer as ruas da Baixa, por
onde outrora se cumpriu. A solenidade, então presidida pelo Cardeal-Patriarca -
em que participaram, na missa e procissão, mais de cinco mil fiéis -, teve
começo com a celebração da Missa no Largo da Igreja de São Domingos, no
logradouro do Palácio da Independência, rumando depois à Rua Garrett, diante da
Basílica dos Mártires, onde terminou com a Bênção do Santíssimo Sacramento.
Delegação da Assembleia dos Cavaleiros Portugueses da Ordem Soberana e Miltar de Malta, presente nas Cerimónias Religiosas do Corpo de Deus na Sé Patriarcal de Lisboa, em 2013. |
Fontes: SNPC; Revelar LX
Imagens: Família Real. Álbum de fotografias. Quimera Editores, Lda; blog da ACPOSMM.
segunda-feira, 2 de junho de 2014
Visita à antiga comenda de Malta, Vila do Conde
No passado fim-de-semana visitamos a antiga comenda de Malta, em Vila do Conde. Dessa pertença à Ordem dos Cavaleiros Hopsitalários herdou a freguesia a sua denominação. Essencialmente rural, com suas estradas integralmente em paralelos e a propriedade rústica murada, Malta preserva também com muito gosto as marcas e simbologia própria daquela antiga pertença, o que se evidencia particularmente na Igreja Matriz.
Malta integra atualmente uma nova freguesia, pertencente ao concelho e comarca de Vila do Conde e distrito, diocese e relação do Porto, denominada
“União das Freguesias de Malta e Canidelo”, resultante da
Reorganização Administrativa Territorial Autárquica, concluída em 2013. Antes desta reorganização constituía uma freguesia
autónoma com 1,85 km² de área e 1 385 habitantes (2011). Pertenceu ao concelho da Maia até 24.X.1855, data
em que passou a integrar o concelho e comarca de Vila do Conde.
A casa que terá sido pertença da comenda da Ordem
de Malta, edificada em data que não se conseguiu ainda precisar e situada na
hoje denominada Rua dos Cavaleiros da Ordem de Malta poderá ser o mais antigo testemunho
urbano ainda de pé, nesta freguesia que se chamou Santa Cristina de Cornes.
Facto que se pode deduzir de alguns pedestais e seu torreão. Já o aspecto geral
do imóvel indicia uma renovação efectuada no século XVIII.
A freguesia nem sempre se denominou assim. Só a
partir de 1683 é que se consumou tal designação, pois no catálogo dos Bispos do
Porto de 1623, ainda se lê o seu antiquíssimo topónimo – Santa Cristina de
Cornes. O documento mais antigo que se conhece data do ano de 1097 e é um
título de bens imóveis sitos em vila
Cornias. Este nome nunca agradou aos habitantes desta terra, ainda que se
saiba derivar, por certo, do latim Cornus,
que era uma pequena árvore frutífera. Por a palavra se prestar a equívocos, o
abade frei Manuel da Costa, que paroquiou a freguesia entre 1683 e 1710, foi o
primeiro a usar o seu actual nome precedido do Orago da Freguesia – Santa
Cristina de Malta – aproveitando o facto de ser abadia da Ordem de Malta, apresentada pelo Bailio de Leça.
Foi esta comenda extinta por força do Decreto de 30 de Maio de 1834, no
âmbito da "Reforma Geral Eclesiástica", executada pela Comissão da
Reforma Geral do Clero (1833-1837).
quinta-feira, 27 de março de 2014
RELÍQUIA DO SANTO LENHO DA SÉ DE ÉVORA
A propósito da época cristã que estamos a viver, vale a pena fazer aqui notícia e trazer à memória um dos tesouros mais emblemáticos da Sé de Évora – a Relíquia do Santo Lenho (na imagem) -, cuja história da sua introdução em Portugal está ligada à Ordem do Hospital de São João de Jerusalém, nomeadamente, à acção do seu Prior Frei Afonso Peres Farinha, que a terá trazido da Palestina, no tempo das Cruzadas.
É por via da história e circunstância da introdução da Relíquia do
Santo Lenho em Portugal, nomeadamente em Vera Cruz de Marmelar, Portel (que se pode consultar aqui), onde inicialmente se guardou e onde hoje se
encontra parte da mesma, que se compreende a verdadeira história da Relíquia do
Santo Lenho da Sé de Évora.
Dispomos
já hoje de vários trabalhos sobre ambas as Relíquias, alguns dos quais,
nomeadamente no caso da Sé de Évora, no entanto, acabam por se debruçar mais sobre os relicários
do que sobre as relíquias, descurando, também assim, a origem e história das respectivas relíquias, em benefício da história dos relicários.
sábado, 22 de março de 2014
Manuel Pinto da Fonseca e António Manoel de Vilhena - Comendadores e parentes dos homónimos e Grão-Mestres - Manuel Pinto da Fonseca e António Manoel de Vilhena
Confundidos inúmeras vezes, até pela historiografia,
os Cavaleiros Comendadores Manuel Pinto da Fonseca e António Manoel de Vilhena,
foram, respectivamente, tio e sobrinho-neto dos renomados e homónimos
Grão-Mestres Manuel Pinto da Fonseca e António Manoel de Vilhena. É mesmo caso
para dizer que, de tão homónimos, quase têm passado por anónimos.
Para ajudar à confusão, o Comendador Manuel Pinto da
Fonseca privou com o Grão-Mestre António Manoel de Vilhena e o Comendador
António Manoel de Vilhena serviu o Grão-Mestre Manuel Pinto da Fonseca. Assim,
desta forma, com esta sequência.
Igreja de Santa Cruz Lamego |
1 – Comendador Frei Manuel Pinto da Fonseca. Natural
de Lamego. Era Comendador de Moura Morta, Faia e Veade, aquando do Tombo de 1679 e aí se
mantinha em 1684. Foi
Bailio de São João de Acre. Faleceu em 1727. Os seus restos mortais repousam num túmulo com sua estátua
jacente na Igreja de Santa Cruz, em Lamego.
2 – Grão-Mestre Frei D. António Manoel de Vilhena. (nasceu
em 1663; faleceu em 1736). Foi o 66.º Grão-Mestre, de 1722 a 1736. Era natural
de Lisboa, filho de D. Sancho Manoel de Vilhena, 1º Conde de Vila Flôr, e Dona Ana de Noronha. Os
seus restos mortais repousam num mausoléu na Co-Catedral de São João, em La Valetta,
ilha de Malta.
3 – Comendador Frei D. António Manoel de Vilhena.
(nasceu em 1723) Filho de D. Sancho Manoel de Vilhena e D. Lourença Francisca de Melo; neto de D.
Cristóvão Manoel de Vilhena, 2º Conde de Vila Flôr; e sobrinho-neto do
Grão-Mestre Fr. D. António Manoel de Vilhena. Em 1745, sendo Comendador
de Rossas e Rio Meão, estava ausente na ilha de Malta, onde residia.
4 – Grão-Mestre Frei D. Manuel Pinto da Fonseca. (nasceu
em 1681; faleceu em 1773). Foi o 68.º Grão-Mestre, de 1741 a 1773. Era natural
de Lamego, filho de Miguel Álvaro Pinto da Fonseca e Dona Ana Pinto Teixeira.
Os seus restos mortais repousam num mausoléu na Co-Catedral de São João, em La
Valetta, ilha de Malta.
Portanto:
O Comendador Frei Manuel Pinto da Fonseca era irmão
de, entre outros, Álvaro Pinto da Fonseca, que casou com Ana Pereira Coutinho,
de que nasceu, entre outros, Miguel Álvaro Pinto da Fonseca, que contraiu
matrimónio com Dona Ana Pinto Teixeira, de que descendeu, entre outros, o Grão-Mestre
Frei D. Manuel Pinto da Fonseca.
De D.
Sancho Manoel de Vilhena, 1º Conde de Vila Flôr, e Dona
Ana de Noronha, descenderam, entre outros, o Grão-Mestre Frei D. António Manoel
de Vilhena e D. Cristóvão Manoel de
Vilhena,
2º Conde de Vila Flôr; deste descenderam, entre outros, D. Sancho Manoel de Vilhena, que contraiu matrimónio com D.
Lourença Francisca de Melo, de que descendeu, entre outros, o Comendador
Frei D. António Manoel de Vilhena.
De uns e outros foram vários os parentes que serviram igualmente a Ordem de Malta, dentre os quais se destacaram também Frei D. João Manoel de Vilhena e Frei Martim Álvaro Pinto da Fonseca, Comendadores, Bailios e Grão-Chanceleres, qualidade em que serviram os seus respectivos irmãos e Grão-Mestres, em Malta, onde faleceram em 1728 e 1757, e se encontram sepultados na Nave da Co-Catedral de São João.
De uns e outros foram vários os parentes que serviram igualmente a Ordem de Malta, dentre os quais se destacaram também Frei D. João Manoel de Vilhena e Frei Martim Álvaro Pinto da Fonseca, Comendadores, Bailios e Grão-Chanceleres, qualidade em que serviram os seus respectivos irmãos e Grão-Mestres, em Malta, onde faleceram em 1728 e 1757, e se encontram sepultados na Nave da Co-Catedral de São João.
terça-feira, 18 de março de 2014
"ORDENS DE CAVALARIA EM BARCELOS"
“Ordens de Cavalaria em Barcelos”, é o tema de uma
exposição que se encontra patente ao público na Sala Gótica dos Paços do
Concelho do Município de Barcelos, até ao dia 20 de Abril. A Sessão de Abertura
da Exposição teve lugar no passado dia 14 e contou com a participação de S.E. o
Senhor Coronel António Feijó de Andrade Gomes, Grã-Cruz de Graça e Devoção em
Obediência da Ordem Soberana e Militar de Malta.
A Ordem de Malta, como não poderia deixar de ser, é uma das Ordens
representadas nesta exposição. Com efeito, teve esta Ordem consideráveis
domínios no território dessa hoje bela cidade e maravilhosa região do país, cujas
primeiras possessões terão resultado de
uma doação datada de 19 de Julho de 1145, através da qual o arcebispo de Braga
D. João Peculiar doou aos freires da então denominada Ordem de São João do
Hospital e suas instituições, aí representados por «…dommo Pelagio Hospitalis Iherosalem sollicito procuratori…», os
bens que Pedro Ourives e esposa edificaram em Braga. Mas, da
presença marcante e significativa da Ordem do Hospital de São João de
Jerusalém, mais tarde dita também de Rodes e de Malta, há ainda hoje marcas em
muitos bens e propriedades do município, com reflexo inclusive no brasão
autárquico da freguesia de Arcozelo, no qual figura a cruz oitavada de malta.
Aparece
este território referido nas Inquirições de 1220 como «Santo Mamede de Arcozelo», fazendo
parte da terra do Neiva, cuja região terá então integrado um couto com largos
domínios já então detidos pelos Cavaleiros Hospitalários, por via de diversas
liberalidades da Igreja e do Reino, nomeadamente, de Dona Teresa Afonso, filha
bastarda de D. Afonso Henriques. Liberalidades que aumentaram e de que se dá
nota nas Inquirições de 1290 onde se refere que o "couto de Santa Marta" pertencia à Ordem de São João. Entretanto,
Santa Marta veio a unir-se a São João Baptista de Chavão que, por força de uma
composição de 1173 havia também passado a pertencer à Ordem do Hospital, com as
muitas pertenças da comenda, de que foi cabeça, pelas vizinhanças de Braga. Por
outra composição, datada de 13 de Abril de 1216, entre D. Estêvão Soares,
arcebispo de Braga, e D. Mendo, prior do Hospital, ficou este com a
apresentação da Igreja de Chavão, competindo ao arcebispo a confirmação.
Sobre
a denominada Casa Conventual de Chavão, chegou-nos a notícia de que se tratava
de um edifício baixo, comprido, de traça simples e humilde, tocando de topo com
o adro da igreja matriz. Entre
esse edifício e a Igreja, um formoso portão que dá entrada a um largo terreiro interior
fechado do nascente pela Residência Paroquial, do sul por dependências da Casa
do Comendador, do poente por esta casa e do norte pela igreja e pelo dito
portão, com a sua porta em arco, encimado por uma cruz, tendo ao centro
esculpida uma outra de Malta e por baixo desta a seguinte inscrição: «ESTA. OBRA. MANDOV. FAZER. O. COMDRO. DE.
CHAVAM. FR. ÁLVARO. AONI. DE. SOV-SA. E. AS MAIS. DA. CAZA. DA. REDENCIA. E. CAPELA-MOR».
De
Santa Marta, terras da freguesia de Arcozelo, nos arrabaldes da vila de Barcelos,
subsiste ainda hoje um velho casarão, que serve de habitação a caseiros, e a
alguns campos e bouças circunjacentes. Ao lado desta casa, para o norte, terá
existido uma antiquíssima capela com a sua frontaria virada ao poente, pequena,
baixa e com um alpendre à frente. Na fachada terá existido uma bela cruz de
Malta em pedra, que terá sido piedosamente recolhida no Museu Municipal, aquando
da demolição daquela. Entre a capela e a casa também um outro portal, na
padieira do qual se podia ler a seguinte inscrição: «ESTA. OBRA. MADOV. FAZER. F. I. DE. FARIA. DE. ANDRADE. COMÊDADOR. DE.
CHABOM. E. S. MARTA. FIDALGVO. DA CASA. DEL REI. DOM. SEBASTIOM. NO. SEGVMDO.
ANO. QVE. EMTROV EM. REMDA. 1562».
Pelo Inquérito
Paroquial de 1758, a freguesia de São João Baptista de Chavão de Malta
encontrava-se pertencer à Comarca e termo da vila de Barcelos, Arcebispado
Primaz de Braga. O pároco era então Vigário colado, da apresentação in solidum do Comendador da mesma
freguesia e Comenda de Chavão e Santa Marta, sua anexa. Era tudo da Sagrada
Religião de Malta e o seu Comendador era então o Venerando Frei Bernardo Pais
de Castelo Branco, da Vila de Mangualde da Beira.
Foi
esta comenda extinta por força do Decreto de 30 de Maio de 1834, no âmbito da
"Reforma Geral Eclesiástica", executada pela Comissão da Reforma
Geral do Clero (1833-1837), que ditou a extinção das Ordens Religiosas em
Portugal.
segunda-feira, 17 de março de 2014
CRUZ DA ORDEM DE MALTA NOS BRASÕES AUTÁRQUICOS PORTUGUESES
"CRUZ DA ORDEM DE MALTA NOS BRASÕES AUTÁRQUICOS PORTUGUESES", é um trabalho sobre aspectos heráldicos e históricos de cerca de 80 autarquias portuguesas que ostentam a cruz da ordem de malta como simbolo nos respectivos brasões de armas, na maior parte dos casos em chefe, ou seja, com destaque e relevância entre o conjunto dos simbolos heráldicos que compõem os respectivos brasões. Facto que, de per si, diz bem da memória e importância histórica da presença da Ordem de Malta na maior parte dessas freguesias e municípios.
Para além da descrição de cada um dos brasões, contempla ainda um pequeno apontamento de enquadramento histórico-administrativo, geográfico e toponímico de cada uma dessas autarquias, bem como nota mais desenvolvida sobre os aspectos mais relevantes da presença da Ordem dos Hospitalários, na maior parte dos casos, contemplando a circunstância e contexto da doação ou aquisição das primeiras possessões até à extinção da respectiva comenda. Contempla ainda idêntico estudo sobre mais cerca de 60 autarquias que, embora integrem hoje terras que outrora foram igualmente detidas pela Ordem, não ostentam a cruz de malta no respectivo brasão.
Deu-se este trabalho por concluído, simbólicamente, no passado mês de Fevereiro, no Mosteiro de Santa Maria da Flor da Rosa, no Crato, onde se deu igualmente por terminado o nosso périplo iniciado em 2004 no Mosteiro de Santa Maria de Leça do Balio, pelas terras que outrora foram povoadas, defendidas e administradas pela Ordem de São João de Jerusalém, de Rodes e de Malta, de cujas tradições hospitalárias, assistenciais e culturais, é hoje herdeira, entre nós, a Assembleia dos Cavaleiros Portugueses da Ordem Soberana e Militar de Malta.
segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014
Conferência no Mosteiro de Flor da Rosa, Crato
No passado sábado, dia 22 de Fevereiro, na Sala do Capítulo do Mosteiro de Santa Maria de Flor da Rosa, no Crato, teve lugar uma conferência subordinada ao tema "De Leça ao Crato: história e legado patrimonial da Ordem de Malta em Portugal". Conferência esta que se inseriu na visita dos alunos do Curso de Arquitectura da Universidade Lusíada de Lisboa que, durante o presente ano lectivo e sob coordenação do Cavaleiro da Ordem de Malta Prof. Doutor Arquitecto Mário Chaves, se encontram a desenvolver um programa de actividades sobre a Ordem de Malta.
A esta conferência, que para além dos referidos alunos e professores, foi muito participada por pessoas e entidades locais, dignaram-se assistir o senhor Prof. Doutor Horácio Bonifácio, Director da Faculdade de Arquitectura e Artes da Universidade Lusíada de Lisboa e S.E. o Senhor Conde de Albuquerque, presidente da Assembleia dos Cavaleiros Portugueses da Ordem Soberana e Militar de Malta.
Mosteiro de Santa Maria de Flor da Rosa |
Visita ao Mosteiro de Flor da Rosa e Vila do Crato
Uma pequena delegação de membros da Ordem de Malta, presidida por S.E. o Senhor Conde Albuquerque, presidente da Assembleia dos Cavaleiros Portugueses, juntou-se aos alunos do Curso de Arquitectura e Artes da Universidade Lusíada de Lisboa, que, depois da conferência proferida na Sala do Capítulo do Mosteiro de Santa Maria de Flor da Rosa, se deslocaram ao centro da vila do Crato, onde visitaram alguns dos locais e edifícios históricamente ligados à Ordem de Malta.
O pequeno percurso pelas ruas desta pitoresca vila alentejana, na companhia de representantes das autoridades municipais e eclesiásticas locais, teve passagem obrigatória pela Varanda do Grão-Prior e pela Igreja Basílica do Crato, onde a comitiva se deteve mais demoradamente a observar o estado de conservação do património legado pela Ordem de Malta.
sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014
domingo, 9 de fevereiro de 2014
quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014
quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014
segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014
domingo, 2 de fevereiro de 2014
Rodes, um dos mais significativos bastiões dos Cavaleiros da Ordem de S. João de Jerusalém
Palácio do Grão-Mestre de Rodes |
"Afirma-se, em varias cartas, que S. Ex.ª Lord Cochrane se acha mui proximo a tomar Rhodes, a qual projecta entregar aos Cavalleiros de S. João de Jerusalém, cuja illustre Ordem acaba de reviver, achando-se já o estandarte arvorado pelo seu no Grão-Mestre, nos antigos dominios da Ordem. O modo com que os Nobres Cavaleiros fizerão similhante acquisição, dá a esta importante noticia o cujo da probabilidade, posto que muito tenha ainda de romanesca. Diz-se tambem, por cartas de Marselha, que o Governador de Rhodes, originariamente hum renegado, e agora transfuga dos Turcos, está ha tempos em correspondencia com o Governo Grego, tendo-se obrigado a entregar esta Ilha a Lord Cochrane, logo que appareça com forças sufficientes para della se apossar, e defendella. Folha da manhã do Courier"
in Gazeta de Lisboa, n.º 214, de Terça-feira, 12 de Setembro de 1826
Também conhecida como a ilha do Sol, a ilha de Rodes, situada entre a Grécia, a ilha de Chipre e a 18Km a Oeste da Turquia, tem 77km de comprimento por 37km de largura. A população é de 130 mil habitantes, dos quais 80 mil vivem na cidade de Rodes e, sobretudo, do turismo.
Diferentes civilizações habitaram a ilha, desde os telchines, os achaeans, os cretans e os dorians. Setecentos anos antes de Cristo, gregos de Rodes já saíam de barco em busca de novos mundos, criando colónias em Espanha, Egito, Itália e Ásia Menor.
Depois da vitória dos rodesianos sobre o rei Dimitrios, foi erguida a estátua do Colosso de Rhodes, esculpida por Haris em 293 a.C., em homenagem ao Deus do Sol, Helios. Foi feita de metal, tinha a altura de 32 metros e estava situada no porto Mandraki. Esta estátua foi destruída poucos anos mais tarde, em 227 a.C., por um Terramoto.
Do terceiro século d.C. até 1309, a ilha fez parte do Império Bizantino. Em agosto de 1309, os Cavaleiros da Ordem de São João chegaram a Rodes e aí permaneceram por dois séculos. Durante esse período, foi construída a magnífica cidade murada, hoje transformada em shopping center, uma das grandes atrações turísticas da ilha. Ao fundo, está o Palácio do Grão-Mestre de Rodes com seu jardim e, ao lado, o Forte de São Nicolau, ao meio as ruas e ruelas pavimentadas repletas de edifícios do século XV, decorados com arcos.
Ainda na zona central de Rodes, onde chama a atenção a Rua dos Cavaleiros, ao longo da qual a Ordem dava acolhimento agrupado aos Cavaleiros consoante a respetiva Língua, pode-se visitar a primeira Acrópole da ilha, construída no ano de 408 a.C., no alto do Monte Smith. É dominada pelo grande Templo de Apólo. Abaixo da Acrópole, há um Estádio construído no século III a.C.. Ao lado, existem ainda as ruínas de um pequeno teatro, no qual ainda hoje se pode constatar as antigas técnicas de acústica natural destes anfiteatros.
Diferentes civilizações habitaram a ilha, desde os telchines, os achaeans, os cretans e os dorians. Setecentos anos antes de Cristo, gregos de Rodes já saíam de barco em busca de novos mundos, criando colónias em Espanha, Egito, Itália e Ásia Menor.
Depois da vitória dos rodesianos sobre o rei Dimitrios, foi erguida a estátua do Colosso de Rhodes, esculpida por Haris em 293 a.C., em homenagem ao Deus do Sol, Helios. Foi feita de metal, tinha a altura de 32 metros e estava situada no porto Mandraki. Esta estátua foi destruída poucos anos mais tarde, em 227 a.C., por um Terramoto.
Do terceiro século d.C. até 1309, a ilha fez parte do Império Bizantino. Em agosto de 1309, os Cavaleiros da Ordem de São João chegaram a Rodes e aí permaneceram por dois séculos. Durante esse período, foi construída a magnífica cidade murada, hoje transformada em shopping center, uma das grandes atrações turísticas da ilha. Ao fundo, está o Palácio do Grão-Mestre de Rodes com seu jardim e, ao lado, o Forte de São Nicolau, ao meio as ruas e ruelas pavimentadas repletas de edifícios do século XV, decorados com arcos.
Rua dos Cavaleiros |
Em 1522, os turcos invadiram Rodes e outras 11 ilhas próximas e ali permaneceram até 1922, quando, então, foram expulsos pelos italianos, que reconstruíram uma grande parte da cidade murada.
Baseado em artigo original de Adelto Gonçalves
segunda-feira, 20 de janeiro de 2014
Apresentação de Cumprimentos do Corpo Diplomático ao Senhor Presidente da República
Na semana passada, S.E. o Sr. Embaixador da Ordem Soberana Militar de Malta em Portugal, participou na cerimónia de apresentação de cumprimentos do Corpo Diplomático acreditado em Lisboa, a S.E. o Sr. Presidente da República, Professor Doutor Aníbal Cavaco Silva.
Coube a S.E o Sr. Embaixador da Ordem de Malta a leitura da Mensagem do Corpo Diplomático dirigida a S.E. o Sr. Presidente da República, facto que muito Honra e prestigia a Ordem Soberana Militar de Malta, sendo uma clara e inequívoca demonstração da consolidação do reconhecimento da Soberania da Ordem de Malta pelas Autoridades Nacionais.
Trata-se também de uma manifestação incontornável de apreço e de reconhecimento institucional e pessoal pelo atual Embaixador da Ordem de Malta em Portugal, bem como pelo seu brilhante e muito prestigiado desempenho de funções.
Trata-se também de uma manifestação incontornável de apreço e de reconhecimento institucional e pessoal pelo atual Embaixador da Ordem de Malta em Portugal, bem como pelo seu brilhante e muito prestigiado desempenho de funções.
domingo, 5 de janeiro de 2014
Visita à Quinta da Alcaidaria-Mór, em Ourém. Propriedade da Ordem de Malta, de D. Nuno Álvares Pereira ao 1.º Barão de Alvaiázere
Vista parcial da Casa da Quinta da Alcaidaria-Mor |
Correspondendo a um amável convite do Ex.mo Senhor Dr. Luís António de Mancelos Magalhães e Vasconcelos, representante do Título de (6.º) Barão de Alvaiázere, estivemos de visita à Casa e Quinta da Alcaidaria-Mór, em Ourém, onde fomos também muito amavelmente recebidos pela octogenária (5ª) Baronesa de Alvaiázere, Ex.ma Senhora Dona Maria Teresa José Bastos Braamcamp de Mancelos, e seu filho Nuno Braamcamp de Mancelos Magalhães e Vasconcelos, responsável pelo Turismo de Habitação Rural a que oportunamente se adaptou parte da Casa e que muito se recomenda (link).
Esta visita aconteceu em sequência das nossas pesquisas com vista a concretizar e aprofundar as conhecidas ligações da Quinta da Alcaidaria, sita no concelho de Ourém, na região centro do país, à Ordem de Malta. Por estas se concluiu ter sido esta Quinta propriedade da Ordem de Malta desde, pelo menos, meados do século XIV até à primeira metade do século XIX.
Com efeito, para subsistência de familiares e parentes dos mais altos dignitários e até de membros da alta nobreza, privilégio de benfeitores ou mera rentabilização das suas propriedades, a Ordem cedia o domínio útil das mesmas a pessoas particulares que, a troco do respectivo foro, as administravam e usufruíam, retirando delas os seus proventos. Assim aconteceu com a outrora vasta propriedade da Quinta da Alcaidaria, com os bens de Pombal, Leiria, Tomar e Ourém, com todos os outros casais, rendas, tributos e bens que a esta Quinta pertenciam, detidos e usufruidos naquela qualidade por D. Nuno Álvares Pereira, instituído por seu pai D. Álvaro Gonçalves Pereira, Prior do Crato da Ordem Militar do Hospital de São João de Jerusalém e de Rodes, como então se denominava a Ordem de Malta. Situação que se foi renovando e aforando sucessivamente até 1834, altura em que era enfiteuta da Quinta a viúva do 1.º Barão da Alvaiázere, Senhora Dona Maria Ludovina Máxima de Sousa de Almeida e Vasconcelos de Macedo, irmã do 1.º Barão de Santa Comba Dão.
A propriedade plena da Casa e Quinta da Alcaidaria, com seus bens anexos, passou a pertencer aos descendentes do 1.º Barão de Alvaiázere, Doutor Manuel Vieira da Silva, Físico-Mor do Reino e Conselheiro de Estado d'El-Rei D. João VI, que o fez Barão em 1818, por via da remição dos foros e aquisições feitas junto da Fazenda Nacional que, em 1834, havia incorporado todos os bens pertencentes às extintas Ordens Religiosas, nomeadamente, à Ordem de Malta.
Capela da Quinta, dedicada a Santa Luzia |
Um dos factos históricos mais assinaláveis relacionados com a Ordem de Malta e com a Quinta da Alcaidaria é, sem dúvida, o desta ter sido possuída por D. Nuno Álvares Pereira, que nela terá orado a caminho da célebre batalha de Aljubarrota. Mas, mais ainda pelo facto deste, nessas suas preces, ter prometido mandar edificar uma igreja em honra da Virgem Maria em Lisboa, caso as forças por si comandadas saíssem vencedoras da batalha a travar com as forças castelhanas. O que veio a suceder e fez com que D. Nuno Álvares Pereira, entretanto feito Condestável do Reino e Conde de Ourém, mandasse construir o Mosteiro do Carmo em Lisboa, prometendo dotá-lo, mais tarde, com bens e rendimentos próprios. O que fez, mediante carta pública, lavrada em 28 de Julho da Era de César de 1442, que vem a ser o ano da Era de Cristo de 1404, em Almada, onde se encontrava nos seus Paços da Vila.
Um dos lotes de bens que D. Nuno Álvares Pereira fez incluir nessa doação, foi precisamente a dita sua Quinta da Alcaidaria, que estava no Termo de Ourém, com os bens de Pombal, de Leiria, de Tomar, de Ourém, e todos os outros Casais, rendas e tributos, que à dita Quinta pertenciam.
No entanto, volvido pouco mais de um ano, e por meio de nova carta pública, D. Nuno refere que foi nula aquela doação precisamente na parte referente à Quinta da Alcaidaria e revoga a mesma, porque, examinando os papéis do seu Cartório, neles achou com clareza, que a nenhuma pessoa, mosteiro ou igreja, podia dar esta Quinta e seus bens anexos, porque tudo pertencia à Capela de Flor da Rosa da Ordem Militar do Hospital.
Factos de grande importância para a história da bela Quinta da Alcaidaria-Mor e seus proprietários, nomeadamente, para os pretendentes ao título de Barão de Alvaiázere, cujo título não comporta hoje os privilégios de outrora, mas antes a obrigação de preservar e transmitir o enorme peso da história de que são herdeiros, como usa dizer o Ex.mo Senhor Dr. Luís Vasconcelos (Alvaiázere). Também de enorme relevância para a história da Ordem de Malta em Portugal, nomeadamente na região centro do país, onde tantas vezes se entrecruzou mais significativamente com a própria história de Portugal.
Dos resultados destas pesquisas, que contaram com o Alto Patrocínio de S.E. o Embaixador da Ordem de Malta em Portugal, Dr. Miguel de Polignac de Barros, e empenhada colaboração do Ex.mo Senhor Dr. Luís António de Mancelos Magalhães e Vasconcelos, será elaborado o respectivo artigo.
Dr. António Brandão de Pinho com a Ex.ma Senhora Dona Maria Teresa e o Ex.mo Senhor Nuno Magalhães e Vasconcelos |
sábado, 4 de janeiro de 2014
Visita ao Castelo e Paço dos Condes de Ourém e ao Centro de Interpretação de Aljubarrota
Aproveitando a recente e oportuna visita à Quinta da Alcaidaria-Mor, em Ourém, que foi detida por D. Nuno Álvares Pereira (link) e onde este terá orado a caminho da célebre batalha de Aljubarrota, fizemos idêntico caminho em visita ao Castelo e Paço dos Condes de Ourém e ao Centro de Interpretação da Batalha de Aljubarrota. Locais em que os entrecruzamentos da história da Ordem de Malta com a história de Portugal, pela natureza daquela e importância militar e política dos seus dignitários, somaram episódios muito significativos.
Vista parcial do Paço dos Condes de Ourém |
Estátua de D. Nuno Álvares Pereira, junto ao Castelo de Ourém |
Edifício do Centro de Interpretação da Batalha de Aljubarrota |
Capela de São Jorge, erigida no centro daquele que terá sido o campo de batalha |
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