No passado fim-de-semana visitamos a antiga comenda de Malta, em Vila do Conde. Dessa pertença à Ordem dos Cavaleiros Hopsitalários herdou a freguesia a sua denominação. Essencialmente rural, com suas estradas integralmente em paralelos e a propriedade rústica murada, Malta preserva também com muito gosto as marcas e simbologia própria daquela antiga pertença, o que se evidencia particularmente na Igreja Matriz.
Malta integra atualmente uma nova freguesia, pertencente ao concelho e comarca de Vila do Conde e distrito, diocese e relação do Porto, denominada
“União das Freguesias de Malta e Canidelo”, resultante da
Reorganização Administrativa Territorial Autárquica, concluída em 2013. Antes desta reorganização constituía uma freguesia
autónoma com 1,85 km² de área e 1 385 habitantes (2011). Pertenceu ao concelho da Maia até 24.X.1855, data
em que passou a integrar o concelho e comarca de Vila do Conde.
A casa que terá sido pertença da comenda da Ordem
de Malta, edificada em data que não se conseguiu ainda precisar e situada na
hoje denominada Rua dos Cavaleiros da Ordem de Malta poderá ser o mais antigo testemunho
urbano ainda de pé, nesta freguesia que se chamou Santa Cristina de Cornes.
Facto que se pode deduzir de alguns pedestais e seu torreão. Já o aspecto geral
do imóvel indicia uma renovação efectuada no século XVIII.
A freguesia nem sempre se denominou assim. Só a
partir de 1683 é que se consumou tal designação, pois no catálogo dos Bispos do
Porto de 1623, ainda se lê o seu antiquíssimo topónimo – Santa Cristina de
Cornes. O documento mais antigo que se conhece data do ano de 1097 e é um
título de bens imóveis sitos em vila
Cornias. Este nome nunca agradou aos habitantes desta terra, ainda que se
saiba derivar, por certo, do latim Cornus,
que era uma pequena árvore frutífera. Por a palavra se prestar a equívocos, o
abade frei Manuel da Costa, que paroquiou a freguesia entre 1683 e 1710, foi o
primeiro a usar o seu actual nome precedido do Orago da Freguesia – Santa
Cristina de Malta – aproveitando o facto de ser abadia da Ordem de Malta, apresentada pelo Bailio de Leça.
Foi esta comenda extinta por força do Decreto de 30 de Maio de 1834, no
âmbito da "Reforma Geral Eclesiástica", executada pela Comissão da
Reforma Geral do Clero (1833-1837).
1 comentário:
falta a fotografia da rua dos cavaleiros da Ordem de MALTA e possivelmente a casa onde os cavaleiros se hospedaram a quando sua passagem a caminho de Leça do bailio
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