segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

Cerimónias Natalícias da Assembleia Portuguesa

Novos Membros antes da Investidura

S.E. o Sr. Conde de Albuquerque, S.A.R. Dom Duarte de Bragança e S.E. o Sr. Dr. Miguel de Polignac

Aspeto da assistência da Santa Missa
No dia 15 de Dezembro, contando com numerosa participação, foi celebrada a habitual Santa Missa na Igreja de Santa Luzia, em Lisboa, sede nacional da Assembleia Portuguesa, pelo Capelão Conventual Grã-Cruz ad honorem Sua Excelência Reverendíssima Sr. Dom Antonino Eugénio Dias, Bispo de Portalegre e de Castelo Branco.
Dignou-se concelebrar Sua Excelência Reverendíssima Sr. Dom Rino Passigato, Núncio Apostólico em Portugal, conjuntamente com quatro outros sacerdotes.
Na ocasião Sua Excelência o Sr. Conde de Albuquerque, Presidente da Assembleia Portuguesa, recebeu o juramento de vários novos confrades, na presença de Sua Excelência o Sr. Embaixador da Ordem de Malta em Portugal, Dr. Miguel de Polignac, e de Suas Altezas Reais os Senhores Duques de Bragança.
Presente também um dos Presidentes de Honra da Assembleia Portuguesa, S.E. o Sr. Professor Dr. Martim de Albuquerque, o Ex.º Sr. Presidente da Câmara Municipal do Crato, Dr. João Teresa Ribeiro, o Ex.º Sr Presidente da Junta de Freguesia do Crato, José António Correia Belo e o Ex.º Sr. Provedor da Santa Casa da Misericórdia do Crato, Dr. Mário de Carvalho Cruz.
A cerimónia contou ainda com a imposição de insígnias pelo Sr. Presidente da Assembleia Portuguesa, a Monsenhor Paulo Dias Prior da Vila do Crato da Cruz Pro Piis Meritis da Ordem Pro Mérito Melitense a quem S.E. o Conde de Albuquerque também ofereceu uma bandeira da Ordem de Malta para que fique sempre presente na Igreja Matriz da Vila do Crato, local de especial relevo e de significado simbólico histórico para a Ordem Soberana Militar de Malta, e ainda da Cruz da Ordem Pro Mérito Melitense à Sra. Provedora da Santa Casa da Misericórdia de Coruche.
S.E. o Conde de Albuquerque impôs ainda conjuntamente com S.E o Sr. Embaixador as insígnias aos novos voluntários do CVOM residentes no Alentejo e recebeu das mãos de um representante de um grupo de voluntários da Vila do Crato um conjunto de fichas de inscrição no Corpo de Voluntários da Ordem de Malta.
Foram também entregues os "pins" confirmando as respetivas pertenças de um grupo de jovens residentes em Lisboa, agora membros do CVOM.
Após a celebração da Santa Missa, Sua Alteza Real a Sra. Dona Isabel de Bragança, Duquesa de Bragança dirigiu-se conjuntamente com S.E. o Sr. Presidente e com S.E.R. ª o Senhor Bispo de Portalegre acompanhado de S.E.R.ª o Senhor Núncio Apostólico afim de descerrar a imagem da Rainha Santa Isabel, recentemente adquirida pela Assembleia Portuguesa após a visita oficial feita à Hungria a convite do Governo Húngaro e que ficará de agora em diante ao culto na Igreja de Santa Luzia.
Na ocasião Sua Excelência Reverendíssima o Senhor Bispo de Portalegre benzeu a imagem da Rainha Santa.
Presentes também nessa ocasião um grupo significativo de Damas da Ordem de Santa Isabel.
A encerrar a cerimónia S.A.R. o Sr. Duque de Bragança, a pedido de S.E. o Sr. Conde de Albuquerque , dirigiu-se à Sala do Conselho, acompanhado por S.E. o Sr. Embaixador e pelos membros do Conselho da Assembleia Portuguesa afim de descerrar três reproduções de quadros respetivamente de El Rei Dom Carlos I, El Rei Dom Manuel II e de S.A.R. o Príncipe da Beira Dom Luis Felipe de Bragança, todos eles membros da Assembleia dos Cavaleiros Portugueses da Ordem Soberana Militar de Malta.
Após o encerramento das cerimónias na Igreja de Santa Luzia, S.E. o Sr. Conde de Albuquerque, presidiu ao Jantar de Natal Nacional da Assembleia Portuguesa, conjuntamente com S.E. o Sr. Embaixador da Ordem de Malta em Portugal .
Sua Excelência Reverendíssima o Senhor Núncio Apostólico honrou a Assembleia com a Sua presença.
O jantar sentado para cerca de 120 pessoas, realizou-se no Palácio da Independência em Lisboa tendo o confrade Ex.º Sr. Dr. José Alarcão Troni, Conde da Barca, Presidente da Sociedade Histórica da Independência de Portugal cedido as instalações da S.H.I.P. para o efeito.
Durante o jantar S.E. o Sr. Conde de Albuquerque proferiu uma intervenção de fundo acerca da realidade, da Missão e dos objetivos da Ordem de Malta nos nossos dias em Portugal e na CPLP.
Por fim S.E. o Sr. Embaixador da Ordem de Malta em Moçambique Dr. Pedro d’Espiney Pinto Ferreira fez uso da palavra apresentando um inovador e interessante projeto assistencial a ser implementado muito em breve naquele país sob a inspiração, o patrocínio e responsabilidade da Embaixada.

sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

Imposição da Grã-Cruz Pro Piis Meritis a S.E.R. Dom Manuel Clemente, Bispo do Porto, e das insígnias de Capelão Magistral ao Reverendo Padre João Pedro Bizarro

S.E. o Sr. Conde de Albuquerque com S.E.R. Dom Manuel Clemente

S.E. o Sr. Embaixador Ilídio Pinho, S.E.R. Dom Manuel Clemente e o Reverendo Padre João Pedro Bizarro
 
No dia 12 de Dezembro, um significativo número de Cavaleiros, Damas e voluntários assistiram à celebração da Santa Missa na Igreja de Aldoar, no Porto, presidida por Sua Excelência Reverendíssima Sr. Dom Manuel Clemente, Bispo do Porto.
Durante a celebração, S.E. o Sr. Conde de Albuquerque, Presidente da Assembleia Portuguesa, impôs as insígnias da Grã-Cruz Pro Piis Meritis a Dom Manuel Clemente, Bispo do Porto, concedida por SAE o Príncipe e Grão-Mestre na passada sessão do Soberano Conselho ocorrida no Palácio Magistral em Roma em 6 de Dezembro último, tendo ainda S.E. o Sr. Conde de Albuquerque solicitado a S.E.R. que se dignasse proceder à imposição das insígnias de Capelão Magistral ao Reverendo Padre João Pedro Bizarro, Capelão do Corpo de Voluntários da Ordem de Malta, o qual foi assim formalmente admitido na Ordem de Malta.
Seguidamente, S.E. o Sr. Conde de Albuquerque presidiu conjuntamente com S.E.R. ao jantar de Natal dos membros da Ordem de Malta residentes no norte, que decorreu nas instalações do Clube Portuense.
Dignou-se aceitar o convite para jantar o Ex.ºSr. Presidente da Direção do Clube Portuense, Dr. Henrique de Morais, Visconde de Morais.



S.E.R. Dom Manuel Clemente, S.E. o Sr. Conde de Albuquerque e o Reverendo Padre João Pedro ladeados por Cavaleiros e Damas da Ordem presentes na Santa Missa

 
Quero aproveitar este ensejo para me congratular com a imposição da Grã-Cruz Pro Piis Meritis a Dom Manuel Clemente, Bispo da Diocese do Porto, a que pertenço, e das insígnias de Capelão Magistral ao Reverendo Padre João Pedro Bizarro, Capelão do CVOM e pároco, entre outras, da paróquia de Rossas, que foi uma antiga Comenda da Ordem de Malta, no concelho de Arouca, a que também pertenço. Estamos perante duas distinções que muito honram a Ordem de Malta e, estou certo, orgulham a totalidade dos seus Membros.
A. J. Brandão de Pinho
Cavaleiro de Graça Magistral da OSMM

sábado, 8 de dezembro de 2012

D. ANTÓNIO MANOEL DE VILHENA

Passam esta semana 276 anos sobre o falecimento de D. António Manoel de Vilhena, o mais renomado dos Grão-Mestres Portugueses da Ordem de Malta.

 
D. António Manoel de Vilhena entrou muito novo para a Ordem de S. João de Jerusalém e muito cedo partiu para Malta, onde com pouco mais de vinte anos se iniciou, sucessivamente, como Patrão da Galé Capitania duma das armadas maltesas, Capitão de um  dos navios mandados pela ordem à conquista da Moreia, Major, Coronel de Milícia de Campanha, Grã-Cruz, Comissário dos Armamentos e Comissário das Guerras. Em 1703 foi elevado ao cargo de Grão-Chanceler da Ordem e chefe da língua de Castela e Portugal, mais tarde a Bailio de São João de Acre, assim como a Governador do Tesouro. Em 1722 atingiu a dignidade de Grão-Mestre da Ordem ao ser sufragado pela unanimidade dos eleitores, vindo a ser um dos mais notáveis no cargo pelo seu valor nas batalhas e pela sua integridade na Administração Pública.
D. António de Vilhena recolheu o agrado e estima dos seus contemporâneos por ter tentado melhorar a situação da ilha de Malta, criando aí inúmeras instituições de caridade, e pelo seu empenho em afirmar a história e importância da Ordem. São de sua iniciativa naquela Ilha do mediterrâneo, entre outras obras, o Palácio da Ordem em Floriana, um subúrbio de La Valetta onde ainda hoje se ergue uma estátua em sua homenagem; o Forte Manoel e o Teatro Manuel (1731), que é tido como sendo o segundo mais antigo teatro da Europa ainda hoje em utilização.
Em reconhecimento dos seus feitos militares, o Papa Bento XIII entregou-lhe o estoque e o casco bentos, distinção que a Santa Sé não concedia senão a príncipes e personagens que se distinguiam por feitos memoráveis contra os infiéis, e que consistia em uma espada de prata de 5 pés de comprido e num barrete de veludo carmesim com a imagem do Espírito Santo, em pérolas, benzido solenemente pelo papa.  Foi este ilustre português respeitado por todos os soberanos da Europa, muitos dos quais não dispensaram a sua amizade.
 

terça-feira, 4 de dezembro de 2012

780 Anos do Foral dado à Vila do Crato

Aspeto do Foral da Vila do Crato dado pelo Prior e Convento
em 8 de Dezembro da Era de 1270
(Arquivo Nacional da Torre do Tombo)
Assinalam-se no próximo sábado 780 Anos do «Foral da Vila do Crato dado pelo Prior e Convento aos 8 de Dezembro da Era de 1270», ano 1232 da Era Cristã.
Trata-se de um ato e uma efeméride muito importantes para a história e atualidade da Ordem de Malta em Portugal, a que se somam as felizes coincidências da dedicação da própria Igreja Matriz da Vila do Crato e da consagração desse dia pela Santa Igreja à Imaculada Conceição, padroeira de Portugal.
Não raro, pessoas, entidades e até mesmo alguma historiografia trazem confundida a Carta de Doação da Vila do Crato à Ordem do Hospital, em 23 de Maio da Era de 1270, com o Foral que, em sequência e com o objetivo de cativar povoadores, foi dado a esse senhorio do Crato por Mem Gonçalves, Prior da Ordem do Hospital, em 8 de Dezembro daquela mesma Era de 1270.
Este foi porventura um dos primeiros mais importantes atos da Ordem do Hospital no nosso país, atestando já a sua soberania e traduzindo a importância que tinha para o Reino.
Assim, importa esclarecer que o primeiro Foral dado à Vila do Crato foi um ato da Ordem do Hospital e não do rei D. Sancho II, pese embora, em boa verdade, só tenha sido possível por força da importante doação daquele senhorio alentejano feita por este Soberano e por força dos privilégios que os Soberanos seus antecessores e antepassados, seu pai D. Sancho I O Povoador e seu avô D. Afonso Henriques O Conquistador, outorgaram à Ordem, por tão quista e prestimosa na reconquista de território aos mouros, na sua consequente defesa e no seu povoamento, bem como na expansão da Fé Cristã.
Este é também um dos mais importantes acontecimentos da História da agradável e pitoresca Vila do Crato, de que esta muito se deve orgulhar, tanto mais quando a presença da Ordem de Malta nessa Vila imprimiu um dos seus aspetos de maior interesse, curiosidade, singularidade e diferenciação.
As entidades civis e religiosas da Vila do Crato têm vindo a dar provas de estima por estas características e identidade, o que muito as dignifica e enriquece, porque também muito digna e rica é a história da Ordem de Malta, cuja tradição e ação se encontra ser hoje continuada pela Assembleia dos Cavaleiros Portugueses da Ordem Soberana e Militar de Malta (fundada em 1899), única entidade portuguesa herdeira da tradição histórica e assistencialista da então também denominada entre nós Ordem de São João do Hospital de Jerusalém, de Rodes e de Malta, comummente referida como Ordem de Malta.
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Apontamento sobre a Sessão que teve lugar no dia 02 de Dezembro, nos Paços do Concelho da Vila do Crato - Comemorar a História do Crato

segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Visita Oficial da Ordem de Malta à Vila do Crato




No dia 2 de Dezembro S.E. o Sr. Conde de Albuquerque, Presidente da Assembleia Portuguesa deslocou-se à Vila do Crato, antiga sede do Priorado da Ordem de Malta, a convite da Santa Casa da Misericórdia desta localidade do Alto Alentejo e da respetiva Câmara Municipal .
Acompanharam a visita S.E. o Sr. Embaixador da Ordem Soberana Militar de Malta em Portugal, Dr. Miguel de Polignac e o Ex.º Sr. Secretário da Assembleia, Dr. João Pedro de Portugal Campos Henriques.
Ao fim da manhã foi celebrada a Santa Missa na Igreja Basílica do Crato por Monsenhor Paulo Dias, Pároco do Crato, e na presença dos membros da Santa Casa da Misericórdia e demais autoridades locais.
Seguidamente a delegação da Ordem de Malta dirigiu-se ao Hospital de Santo António unidade hospitalar sob a alçada da Santa Casa, tendo nessa ocasião sido descerrada uma placa alusiva à concessão do nome do Senhor Presidente da Ordem de Malta à "Unidade de Grandes Dependentes".
S.E. o Sr. Conde de Albuquerque usou da palavra, nessa ocasião tendo retribuído as palavras de amizade e de boas vindas então também proferidas pelo Ex.º Sr. Mário Cruz, Provedor da Santa Casa.
Posteriormente seguiu-se um almoço de convívio oferecido pela Santa Casa e ao princípio da tarde teve lugar no edifício dos Paços do Concelho a Sessão Solene evocativa de diversas datas comemoradas neste ano de 2012:
- Os 780 anos da atribuição do primeiro Foral ao Crato
- Os 500 anos da atribuição do Foral Novo ao Crato pelo Rei Dom Manuel I
- Os 350 anos de resistência do Crato às tropas de Dom João de Áustria, durante a Guerra da Restauração.
S.E. o Sr. Conde de Albuquerque, a convite de S.E. o Sr. Presidente da Câmara, Dr. João Teresa Ribeiro usou da palavra nessa ocasião, proferindo uma alocução acerca da celebração destas efemérides e evidenciando os laços históricos e simbólicos entre a Ordem de Malta em Portugal e a Vila do Crato.
Posteriormente foram descerradas por S.E o Sr. Embaixador da Ordem de Malta e por S.E. o Sr. Presidente da Câmara uma placa alusiva a essas efemérides.
O dia acabou com uma visita guiada aos principais monumentos e edifícios desta Vila histórica.
Presente em todas as cerimónias o Exº Sr. Dr. Joaquim Mariano Cabaço, antigo Presidente da Assembleia Municipal, Diretor da União das Misericórdias Portuguesas e personalidade de grande destaque e relevo regional, cuja ação se revelou determinante para o êxito desta visita, contribuindo com a sua boa ação, eficaz e esclarecida para a solidificação dos laços de colaboração entre a Ordem de Malta e o Crato.
Ficaram assim, uma vez mais reforçadas as boas relações institucionais, de cooperação e de sólida amizade entre a Assembleia Portuguesa e o Município do Crato.

sábado, 1 de dezembro de 2012

Igreja de Santa Maria, freguesia de Santa Maria de Marvão, concelho de Marvão
(Cruz Oitavada da Ordem de Malta na frontaria principal sobre o Portal)

sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Igreja Matriz de Rio Meão, concelho de Santa Maria da Feira
(Cruz Oitavada da Ordem de Malta, na frontaria principal, sobre o portal)

quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Capela de São João de Malta, freguesia de São pedro, concelho da Covilhã
(Cruz Oitavada da Ordem de Malta no tímpano e na empena da fontaria)

quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Igreja Matriz do Espírito Santo de Landal, Caldas da Rainha, Leiria
(Cruz oitavada da Ordem de Malta sobre a porta principal)
Capela de S. José, Vale da Feiteira, freguesia de Comenda, concelho de Gavião
(Cruz Oitavada da Ordem de Malta na frontaria principal)

terça-feira, 27 de novembro de 2012

Igreja Matriz de Rossas, concelho de Arouca
(Cruz Oitavada da Ordem de Malta nos padroeiros do Portal e a encimar a empena)

segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Igreja de São Vicente de Sousa, concelho de Felgueiras, distrito do Porto
(Cruz Oitavada da Ordem de Malta na padieira do Portal)

terça-feira, 6 de novembro de 2012

Dia de S. Nuno de Santa Maria


Estátua de São Nuno de Santa Maria inaugurada em Barcelos
Hoje dia 6 de Novembro é o dia que a Igreja consagra a S. Nuno de Santa Maria. No passado sábado, dia 3, estivemos na cidade de Barcelos, onde foi erigida e inaugurada uma estátua à sua imagem no jardim junto ao edifício da Câmara Municipal de Barcelos, numa cerimónia que contou com a presença de ilustres convidados, nomeadamente da Subsecretária de Estado Adjunta do Estado e dos Negócios Estrangeiros, Dr.ª Vânia Dias da Silva, em representação de S.E. o Senhor Ministro Dr. Paulo Portas; de S.E.R. o Arcebispo Primaz de Braga; de S.E.R. o Núncio Apostólico; das várias Ordens de Cavalaria, com uma presença bastante significativa da Assembleia Portuguesa da Ordem Soberana Militar de Malta; de SS.AA.RR. os Duques de Bragança e de Barcelos; do Exmo. Sr. Provedor da Santa Casa da Misericórdia de Barcelos, promotora do evento, e do Exmo. Sr. Presidente da Câmara Municipal de Barcelos, entre muitos outros.

Nuno Álvares Pereira, também conhecido como o Santo Condestável, Beato São Nuno de Santa Maria ou simplesmente Nun´Álvares (n.24.VI.1360, em Cernache de Bonjardim, Sertã, ou em Flor da Rosa, Crato; f.1.IV.1431, no Convento do Carmo, Lisboa), foi um nobre e guerreiro português do século XIV que desempenhou um papel fundamental na crise de 1383-1385, onde Portugal jogou a sua independência contra Castela. Nuno Álvares Pereira foi também 2.º Conde de Arraiolos, 7.º Conde de Barcelos e 3.º Conde de Ourém, tendo chegado a Condestável do Exército Português, cargo que hoje equivale ao de Ministro da Defesa, e faleceu com fama de Santo da Ordem do Carmelo. Nuno Álvares Pereira foi um dos filhos de D. Álvaro Gonçalves Pereira, Prior da Ordem do Hospital com sede no Mosteiro da Flor da Rosa, Crato, e de D. Íria Gonçalves do Carvalhal. O jovem cresceu na casa do seu pai, na Flor da Rosa, onde viveu até aos 13 anos, tendo  aí aprendido as artes militares e criado o gosto pela leitura, sobretudo pelos livros de Cavalaria “onde a pureza era a virtude que tornara invencíveis os heróis da Távola Redonda”, e assim desejou para si “que a sua alma e corpo se conservassem imaculados”.
 
ORAÇÃO COLECTA
Senhor nosso Deus, que destes ao bem-aventurado Nuno de Santa Maria a graça de combater o bom combate e o tornastes exímio vencedor de si mesmo, concedei aos vossos servos que, dominando como ele as seduções do mundo, com ele vivam para sempre na pátria celeste. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo. 

Enquadramento da Estátua de São Nuno de Santa Maria
Representantes da Ordem de Malta junto à Estátua de São Nuno de Santa Maria
Perspectiva da Ponte e Paço dos Condes de Barcelos

Mais sobre a presença da Delegação da Assembleia dos Cavaleiros Portugueses da Ordem Soberana Militar de Malta, presidida por S.E. o Senhor Presidente, D. Augusto de Athayde, e S.E. o Embaixador da Ordem de Malta em Portugal, Dr. Miguel de Polignac de Barros, no blog da Assembleia dos Cavaleiros Portugueses.

domingo, 28 de outubro de 2012

Novo Secretário de Estado da Cultura é Cavaleiro da Ordem de Malta


Tomou posse no passado dia 26 de Outubro como Secretário de Estado da Cultura S.E. o Sr. Dr. Jorge Barreto Xavier, Cavaleiro da Ordem Soberana Militar de Malta, admitido na Assembleia Portuguesa nas cerimónias solenes comemorativas do Dia do Santo Patrono, São João Batista, em Junho passado no Mosteiro dos Jerónimos.
O Conselho Diretivo da Assembleia Portuguesa congratula-se com esta nomeação felicitando publicamente S.E. o Sr. Secretário de Estado da Cultura.
 
 
Aproveitamos também o ensejo para nos congratularmos com esta nomeação e desejar as maiores felicidades ao nosso Confrade, Sr. Dr. Jorge Barreto Xavier.

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Falsas Ordens ou propósitos duvidosos

A questão das falsas ordens ou de pessoas e/ou entidades com propósitos duvidosos não é nova. E, pese embora, actualmente, não reclame grande preocupação, pelo menos, por parte dos mais altos representantes da Ordem de Malta em Portugal, é sempre conveniente prevenir para esta eventualidade, principalmente para propósitos duvidosos. Vivemos tempos difíceis e do mais diversificado tipo de carências, sempre mais propícios ao aparecimento de pessoas e/ou entidades que procuram tirar proveito destas situações de maior vulnerabilidade.
Razão pela qual entendemos conveniente actualizar e recordar o comunicado conjunto feito pela Assembleia dos Cavaleiros Portugueses e a Embaixada da Ordem em Portugal em 2009.
 
A Ordem Soberana Militar de Malta, chefiada por Sua Alteza Eminentíssima o Príncipe e Grão-Mestre Fra Mathew Festing, ente soberano, sujeito de Direito Internacional Público e de Relações Internacionais, à qual pertencem as Damas e os Cavaleiros Portugueses, com novecentos anos de existência e presente em Portugal desde a fundação do País, durante os quais deu um importante contributo para a História da Cristandade, para a História da Europa e do Mediterrâneo e para a defesa dos mais fracos e dos mais desfavorecidos, procurando sempre a dignificação do Homem numa perspectiva universal, que mantêm relações diplomáticas ao nível de Embaixador com mais de cem Estados Soberanos e com diversas Organizações Internacionais (designadamente com a União Europeia e com a Organização das Nações Unidas), com sede no Palácio Magistral sito à Via Condotti nº 68, em Roma, e cujas finalidades assistenciais e hospitalárias se desenvolvem nos cinco continentes e são concretizadas por cerca de 12.000 membros, e por mais 200.000 voluntários, encontra-se ser a ÚNICA entidade com essa denominação, legítima e juridicamente reconhecida em Portugal, tanto pela sociedade civil, como pelas Autoridades Oficiais da República Portuguesa.
Deste modo, a Embaixada da Ordem Soberana Militar de Malta em Portugal e a Assembleia dos Cavaleiros Portugueses, cujos membros pertencem legitimamente à Ordem Soberana Militar de Malta não reconhecem nem se confundem com outras entidades e/ou com os seus respectivos membros ou representantes que façam uso de simbologia e que ostentem designações semelhantes e/ou análogas às da Ordem; não sendo pois tais entidades, cuja natureza e fins se desconhecem por completo, susceptíveis de confusão com a Assembleia dos Cavaleiros Portugueses da Ordem Soberana Militar de Malta, e com a Embaixada da Ordem em Portugal.
 
Desta forma, solicitamos e agradecemos a todas as pessoas que, em face do conhecimento de alguma pessoa e/ou entidade com comportamento mais estranho ou propósito mais duvidoso, procurando, nomeadamente, fazer-se passar por representante da Ordem de Malta por via da prestação de quaisquer serviço ou solicitação, entrem em contacto com a Assembleia dos Cavaleiros Portugueses ou a Embaixada da Ordem em Portugal, por via dos contactos que se encontram na barra lateral deste blogue.

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Comunicado da Santa Sé sobre o reconhecimento das Ordens de Cavalaria

A Assembleia dos Cavaleiros Portugueses da Ordem Soberana Militar de Malta, entende ser oportuno divulgar as partes mais relevantes do comunicado emitido pela Assessoria de Imprensa do Vaticano no passado dia 16 de Outubro acerca do reconhecimento das Ordens de Cavalaria, considerando oportuno reiterar aquilo que já foi publicado no passado:
 
 
"Além das suas próprias Ordens de Cavalaria (Ordem Suprema de Cristo, Ordem da Espora de Ouro, Ordem Piana, Ordem de São Gregório Magno e Ordem de São Silvestre Papa) a Santa Sé reconhece e tutela apenas a Ordem Soberana Militar de Malta também denominada Ordem Soberana e Militar Hospitalária de São João de Jerusalém, de Rodes e de Malta, e a Ordem de Cavalaria do Santo Sepulcro de Jerusalém. Não há qualquer agregação a esta listagem".
Todas as demais ordens, instituídas recentemente ou derivadas de ordens medievais, NÃO SÃO reconhecidas pela Santa Sé, não podendo esta, portanto, garantir a sua legitimidade histórica e jurídica, nem a sua finalidade, nem os seus sistemas de organização.(...)
Para evitar possíveis mal-entendidos relacionados inclusive com a emissão ilícita de documentos e com o uso indevido de lugares santos, bem como para impedir a continuação de abusos que possam resultar em dano contra muitas pessoas de Boa Fé, a Santa Sé confirma que não atribui nenhum valor a diplomas de Cavaleiros nem às relativas insígnias emitidas por associações não reconhecidas e confirma ainda que NÃO considera apropriado utilizar as Igrejas e Capelas para as chamadas "cerimónias de investidura".

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

"Castelos das Ordens Militares", na rádio TSF

A presença das Ordens Militares em território nacional legou-nos um abundante património chegado até aos dias de hoje. Indissociáveis da reconquista Cristã e da organização do território pós reconquista as fortificações revelam-nos a importância do seu papel político e administrativo de então, bem como as soluções construtivas e seu contributo na formação da paisagem. Compreender quais os trabalhos que se têm desenvolvido a nível internacional para o conhecimento, salvaguarda e valorização deste património são algumas das questões a abordar com o jornalista Manuel Vilas-Boas que conversa com as Dras. Isabel Cristina Fernandes e Ana Carvalho Dias e os Professores Miguel Gomes Martins, Luís Filipe Oliveira e Joan Fuguet Sans.

É este o tema do próximo programa da TSF "Encontros com o Património", a transmitir no próximo sábado, dia 20 de outubro, pelas 12h00.

Recordamos a propósito alguns dos Castelos que pertenceram à Ordem dos Hospitalários: Castelo de Sernancelhe, Castelo de Algoso, Castelo de Amieira do Tejo, Castelo de Belver e Castelo do Crato.

terça-feira, 16 de outubro de 2012

Visita à Hungria a convite do seu Governo



Entre os dias 4 a 7 de Outubro uma delegação da Assembleia Portuguesa chefiada pelo seu Presidente, Sua Excelência o Sr. Conde de Albuquerque, visitou a Hungria correspondendo a um convite feito pelo Governo Húngaro aquando da visita a Portugal no passado mês de Maio de Sua Excelência o Sr. Dr. Szolt Sémjen, Cavaleiro Húngaro da Ordem de Malta, e Vice-Primeiro-Ministro deste país.
A Delegação Portuguesa, composta ainda por S.E. o Sr. Embaixador da Ordem Soberana Militar de Malta em Portugal, Dr. Miguel de Polignac e pela Exa. Sra. Embaixatriz Dona Maria da Piedade de Castelo Branco de Polignac, pelos Excelentíssimos Sr. Secretário da Assembleia Dr. João Pedro de Portugal de Campos Henriques, e o Assessor do Tesoureiro da Assembleia Portuguesa, Sr. Dr. Miguel de Pape, foi recebida no Parlamento Húngaro em Budapeste, tendo-lhe sido oferecido um almoço nessa ocasião por S.E. o Sr. Vice-Primeiro-Ministro, após visita guiada ao monumento e contemplação da coroa do Primeiro Rei da Hungria, Santo Estêvão, símbolo Nacional Húngaro e garante da unidade intemporal da nação Húngara e do seu Espírito Cristão.
Também nessa ocasião S.E o Sr. Conde de Albuquerque foi condecorado por S.E o Presidente da República da Hungria Dr. Janos Ader, com a Ordem do Mérito Civil da Hungria, tendo as insígnias e o diploma respetivo sido entregues pela segunda figura do Governo Húngaro.
Seguidamente, S.E. o Sr. Conde de Albuquerque usou da palavra, tendo lembrado os pontos comuns entre a História de Portugal e a História da Hungria, e sublinhado a constante e permanente preocupação com a defesa dos verdadeiros valores cristãos pelas duas nações, e muito em particular do cumprimento da nossa missão enquanto cavaleiros de Malta Portugueses e Húngaros, nos combates que ao longo da História fomos travando lado a lado. (...)

Mais desenvolvimentos e fotos no blog da Assembleia dos Cavaleiros Portugueses e site da Embaixada da Ordem em Portugal

domingo, 7 de outubro de 2012

São João de Alporão e Pontével, Santarém

 
 
Este domingo, estivemos de visita à antiga Igreja de São João de Alporão, em plena zona histórica da rica cidade de Santarém, cuja fundação se deve à Ordem de Malta, então dita Ordem de São João do Hospital. Depois da tomada de Santarém em 1147, D. Afonso Henriques recompensou os Cruzados que o auxiliaram na reconquista da cidade doando-lhes terras. Os Cavaleiros da Ordem do Hospital, receberam, entre outras, a primitiva Igreja de São João do Alporão como sede de uma comenda. Reconstruiram então o templo que se concluiu ainda em finais  do século XII, uma vez que, pouco depois, em 1207, recebeu aí os restos mortais de D. Afonso de Portugal, filho bastardo de D. Afonso Henriques, primeiro Grão-Mestre português da Ordem.
O então dito Mosteiro da Ordem dos Hospitalários de São João de Alporão, provavelmente o melhor exemplar da arte românica no sul do país, manteve-se em posse da Ordem até à extinção das Ordens Religiosas em Portugal, em 1834, sendo que, depois, foi profanado e tomado para fins diversos. Actualmente, continua a servir fins diversos, o que é pena, albergando o núcleo de arqueologia do Museu Municipal de Santarém. Encontra-se classificado como Monumento Nacional desde 1910.
Observámos ainda aquela que terá sido a Casa dos Comendadores, actualmente delimitada da Igreja e transformada em casa particular, pese embora conserve alguns traços desse tempo e, nomeadamente, um brasão de escudo simples com a cruz oitavada de Malta, tal qual se apresenta nos nossos dias, conservado sob a porta daquela que será a principal divisão da casa.
Daqui seguimos para a antiga Comenda vizinha de Pontével, já no concelho do Cartaxo, que andou anexa e muitas vezes rivalizou supremacia hierárquica com esta sua congénere scalabitana, que deixamos para trás ao crepúsculo.
 
 
 
Suava já o Toque das Ave-Marias quando entrámos a visitar a simpática povoação de Pontével, antiga Comenda da Nossa Ordem de São João do Hospital.
Nos tempos da Reconquista era vital assegurar o povoamento de zonas limítrofes de posições importantes, como era o caso de Pontével relativamente a Santarém. Daí que o Rei fizesse doação das terras circundantes, nomeadamente à Ordem Militar de São João do Hospital, que então assim se estabelecia ao redor de Santarém. Como agradecimento pela ajuda na conquista de Lisboa D. Afonso II anexou Pontével, Ereira e Lapa à igreja de S. João de Alporão, em Santarém, constituindo assim a comenda de Ponteval, posteriormente Pontével, que pela sua importância e por ser muito rendosa depressa começou a reivindicar supremacia e se autonomizou. Teve Pontével três forais, o primeiro dado por D. Sancho I em 1194, o segundo pelo mesmo rei em 1195 e o terceiro em 1218 por D. Afonso II.
A Matriz, dedicada a Nossa Senhora da Purificação, remonta a esse tempo, apesar de quase integralmente reconstruída no século XVII. No seu interior podem-se apreciar alguns elementos importantes a remontar aos séculos XVI, XVII e XVIII, como a pia baptismal, diversas pinturas, painéis e, de realçar, os túmulos dos Comendadores do século XVII, dispostos na nave, entre os quais se destaca o de António Botto Pimentel, ao qual se deve a reconstrução da Igreja.
Deitamos ainda os olhos sobre aquele que foi o antigo Palácio dos Comendadores, edifício fronteiro à Igreja Matriz, de que apenas resta a sua grandeza e alguns lintéis de portas e janelas.
 
Anotamos ainda a orientação dos templos de Pontével e São João de Alporão, semelhante, entre outras, à do templo de São Brás, em Lisboa, também da Ordem (de resto, é actual sede da Assembleia dos Cavaleiros Portugueses). Todas orientadas para Poente, sendo que as duas últimas se situavam intramuros, junto às respectivas e então denominadas Portas do Sol de Santarém e Lisboa.

sexta-feira, 5 de outubro de 2012


Neste dia 5 de Outubro do ano de 1143, realizou-se a conferência de paz entre D. Afonso Henriques e Afonso VII de Leão e Castela, que resultou na assinatura do Tratado de Zamora, pelo qual se reconheceu a soberania de Portugal, para a qual muito contribuiu, entre outras, a Ordem dos Hospitalários, hoje dita de São João de Jerusalém, de Rodes e de Malta.

segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Fim-de-semana na antiga Comenda de Rossas

Igreja Matriz da antiga Comenda de Rossas, Arouca, Aveiro
 
Cruz oitavada de Malta nos padroeiros do Portal
 
Brasão picado ou inacabado de um dos Comendadores de Rossas


No último fim-de-semana, passado na antiga Comenda de Rossas, foi-nos oferecido, pelo presidente da Associação para a Defesa do Património Arouquense, e tivemos oportunidade de compulsar, o estudo sobre Echa Martim, O Último Vali de Lamego, elaborado pelo insígne historiador A. de Almeida Fernandes há mais de 70 anos, recentemente editado e publicado pela Santa Casa da Misericórdia de Tarouca.
Para além do curioso e interessantíssimo estudo sobre a possibilidade ou não de Echa Martim ter sido o último Vali de Lamego, e da não menos interessante tese sobre a fantasiosa estória de Frei Bernardo de Brito, sobre uma eventual batalha travada em Arouca entre os homens de Echa Martim e do Conde D. Henrique, este trabalho oferece-nos novos contributos para a História da Ordem de Malta, da Sua entrada em Portugal e, nomeadamente, sobre a sua fixação naquela então região de Lamego, no alvorecer da Reconquista de Portugal.

terça-feira, 18 de setembro de 2012

Marcos de Malta em Ordem, Lousada


Deve o seu nome à existência de uma Comenda da Ordem dos Hospitalários. Guarda uma história riquíssima, ainda mal explorada, mas que pode ser participada, bastando que se calcorreie os quase desaparecidos caminhos, as veredas, as margens dos pequenos regatos, sempre na iminência da descoberta. Existe uma carta do Mosteiro de Pendorada, de doações a particulares, do mês de Maio do ano 770, que fala da fundação da Igreja de Santa Eulália, realizada depois da presúria (ocupação cristã, após retirada muçulmana deste território). Em 1216 a Igreja de Santa Eulália já se encontrava na posse da Ordem de Malta, em Leça do Balio, com a designação de "Santa Ovaya de Sousella", "Sousella de Caães" ou "Santa Olalha de Sousella". Como a Ordem tinha abundantes bens, cederam ao Bispo do Porto, D.Hugo, seis grandes casais, e ao prior de Leça, D. Martinho, e a seus sucessores, diversas igrejas, entre elas a de Santa Eulália, suprimindo ainda a obrigação do fornecimento de um jantar anual, que era incumbência do mosteiro. Segundo as Inquirições de D. Afonso III, de 16 de Maio de 1258, o Capelão Geraldo Pires informa que a igreja de "Sancte Ouaye de Sousa" era do "hospitalis" e que a Ordem a teve de testamento de D. Teresa Gonçalves, meia-irmã do Conde D. Mendo de Sousa. Em 1758, Pantaleão Machado Abreu e Silva, reitor da Igreja Paroquial de Santa Eulália da Ordem, pertencente à Religião de Malta, refere que a freguesia se situa na Província de Entre-Douro-e-Minho, Arcebispado de Braga, termo e comarca da cidade do Porto, concelho de Aguiar de Sousa. Sendo que a freguesia tem como donatário o venerando Balio de Leça.
 
Por toda a freguesia podemos encontrar os marcos de pedra com a cruz da Ordem de Malta esculpida em baixo relevo, que serviram para delimitar a Comenda de Santa Eulália que aqui existiu. O primeiro Bispo de Mariana, D. Frei Manuel da Cruz, da ordem de Cister, nasceu aqui na já demolida Casa do Carvalhal. in wikipédia.

 
Entre 2005 e 2007, o Gabinete Arqueologia e Património da Câmara Municipal de Lousada, levou a cabo um trabalho de campo com vista à inventariação do conjunto de Marcos de propriedades que outrora pertenceram à Ordem de Malta, ao Arcediagado de Meinedo, ao Mosteiro de Bustelo e à Ordem de Cristo, naquele concelho do distrito do Porto (a que se reportam as imagens aqui publicadas).
Foi assim inventariado um conjunto de 19 Marcos da Ordem de Malta, de um total que se adivinha a rondar as três dezenas, cuja função foi a de fixação dos limites da Comenda, como era prática da Ordem, e de que já aqui trouxemos vários exemplos. Os Marcos existentes na freguesia de Ordem seguem a forma habitual de paralelepípedo com a cruz oitavada em hábito aberto em circulo. Aqui, contudo, uma particularidade: logo abaixo do hábito os marcos têm uma numeração e não a data de demarcação como era mais comum. Encontram-se também alguns marcos com forma triangular, como se pode observar pela imagem supra.
Com efeito, a Ordem de Malta foi aí detentora, pelo menos desde 1216, da Igreja de Santa Eulália, sendo que em 1258, de acordo com as Inquirições de D. Afonso III, era proprietária e foreira de várias terras e casais também noutras freguesias vizinhas, como Alvarenga, Covas, Cristelos, Figueiras, Sousela, Silvares e Pias. Mais tarde, a Ordem acabou por não conservar o direito de apresentação das igrejas de Sousela, Figueiras e Covas, tendo-se mesmo verificado a divisão entre a Comenda de Santa Eulália e a Igreja de Santa Eulália da Ordem, Covas, Figueiras e Sousela. Ainda assim, desde longo período de domínio da Ordem de Malta na área da actual freguesia de Santa Eulália da Ordem, bem como em diversas zonas do concelho de Lousada, sobretudo na bacia do rio Mezio, sobram diversos vestígios materiais, de que os Marcos de propriedade da referida Comenda serão, porventura, os mais notáveis (Cfr."Marcos de Propriedade no concelho de Lousada: notas para a sua significaçãohistórico-religiosa", OPPIDUM n.º 2, 2007, pág.42).

quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Novo Site da Embaixada da Ordem de Malta


Está já disponível na internet o novo Sítio Oficial da Embaixada da Ordem Soberana e Militar de São João de Jerusalém, de Rodes e de Malta, em Portugal (clicar sobre a imagem).
Tendo como Missão promover as virtudes cristãs, de caridade e fraternidade, exercendo, sem distinção de religião, raça, origem ou idade, obras de misericórdia relativamente aos doentes, pobres e refugiados, a Embaixada da Ordem de Malta em Portugal assegura a alta representação da Ordem no nosso país, acompanhando e incentivando ainda as instituições oficiais da Ordem, mormente a Assembleia dos Cavaleiros Portugueses que, com a sua acção, muito contribui para a concretização da sua Missão.
Pelos seus bons ofícios, bem-querer para com o legado da Ordem de Malta e amizade a Portugal, S.E. o Senhor Embaixador Dr. Miguel de Polignac de Barros, tem apoiado e incentivado também as acções e trabalhos que contribuem ou procuram contribuir para o bom nome e para a história da Ordem de Malta em Portugal. É o caso deste nosso humilde contributo que, de resto, tem merecido acompanhamento e oportunas sugestões de Sua Excelência, e cujo link teve a boa vontade de fazer acolher no novo Sítio Oficial da Embaixada, o que muito nos honra e responsabiliza.
 
A Chancelaria da Embaixada da Ordem de Malta em Portugal, tem a sua sede na Rua da Junqueira, n.º 136, desde 10 de Setembro de 2008, data em que S.E. o Senhor Dr. Miguel de Polignac de Barros apresentou as Cartas Credenciais a S.E. o Senhor Presidente da República Prof. Dr. Aníbal Cavaco Silva. É também neste local, desde então, a Residência Oficial do Embaixador.
Sua Excelência o Senhor Embaixador Dr. Miguel de Polignac Mascarenhas de Barros, nasceu em Paris, França, tendo Nacionalidade Francesa. Pertence à Associação Francesa dos Membros da Ordem de Malta e é formado em Direito, pela Faculdade de Direito da Universidade Clássica de Lisboa. Foi Presidente e Administrador de várias Sociedades. Entrou para a Ordem como Primeiro Secretário da Embaixada da Ordem Soberana de Malta em 1980. Foi promovido a Conselheiro de Embaixada da Ordem Soberana de Malta em 1998.
Em 10 de Setembro de 2008, apresentou as Cartas Credenciais como Embaixador Extraordinário e Plenipotenciário da Ordem Soberana de Malta em Portugal a Sua Excelência o Senhor  Presidente da República, Prof. Doutor Aníbal Cavaco Silva.
Em 09 de Dezembro de 2011, foi nomeado Representante Oficial da Ordem Soberana de Malta na C.P.L.P. – Comunidade dos Países de Língua Oficial Portuguesa (Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe, e Timor-Leste), cargo que acumula com o de Embaixador em Portugal.
Dentre as suas condecorações, destaca-se a Grã Cruz da Ordem do Infante Dom Henrique, Grã Cruz de Honra e Devoção da Ordem Soberana de Malta, Grã Cruz da Ordem pro-Mérito Militensi, Grã Cruz de Justiça da Ordem Constantiniana de São Jorge, a de Grande Oficial da Ordem Internacional de Santo Huberto, a de Comendador da Ordem do Infante Dom Henrique, a Medalha Cruz de São Jorge de 1ª Classe (CEMGFA), a Medalha Militar da Cruz Naval de 1ª Classe (CEMA), a Medalha Dom Afonso Henriques – Mérito do Exército de 1ª Classe, a Medalha de Mérito Aeronáutico de 1ª Classe, e a Medalha da A.N.H.T., Medalha de Ouro - Classe Dedicação - da Real Associação dos Bombeiros Voluntários de Lisboa, o titulo de Grão Prior da Ordem Internacional de Santo Huberto para Portugal de 2002 a 2009 e de Cavaleiro da Ordem do Santo Sepulcro.

sábado, 8 de setembro de 2012

Visita ao Casal da Falagueira de Cima, Amadora



Hoje estivemos de visita ao Casal da Falagueira de Cima (Casa da Ordem de Malta) e Azenha, no concelho da Amadora. O que está escrito dá-nos a ideia do que foi uma determinada realidade ou acontecimento, mas, muitas vezes, nada melhor que ir ao local para sentir e perceber essa realidade ou acontecimento. Tudo ganha outra importância e significado. Tanto mais assim é neste caso, quando temos a ideia de que a Amadora não tem história nem elementos do passado que a possam valorizar. Sobre o que ainda era possível (embora nos pareça que era possível fazer algo mais relativamente à azenha e ao canal de condução de água até à mesma) foi ali feito um excelente trabalho arqueológico e de recuperação do Casal outrora pertença da Odem de Malta, de que subsistem alguns marcos (aqui, com a cruz em relevo, mas de pontas atenuadas) de que se guardam dois exemplares no interior do núcleo museológico e, para além doutros que existem pelas imediações, um outro que se preserva encostado à parede exterior do núcleo, que outrora foi a Casa principal do Casal, e apresenta traços da centúria de  quinhentos.
Uma das mais antigas referências ao Casal da Falagueira, encontra-se num testamento de 1268,  de um Cavaleiro da Ordem do Hospital, de seu nome Vasco Martins.
Segundo Frei Lucas de Santa Catarina, a propósito da Comenda de São Brás, em Lisboa, esta era ainda foreira de algumas propriedades para além do termo da cidade, nomeadamente na Falagueira: «... tem também a Ordem ainda hoje um casal, que está por cima do lugar da Falagueira, chamado de São Brás, com casas, pomar, vinhas, terras e fontes; foreiro em quatro moios e meio de trigo [aprox. 3510 litros/kg.], um moio de cevada [780 l./kg.], um carneiro e seis galinhas; havendo dele várias pertenças, e subenfiteuticações [sic], que rendem 240 reis, ou uma galinha, e outra 200 reis, ou outra galinha. (…) Mais se conserva foreira uma terra, com seu moinho de vento, no alto do Lugar da Falagueira, que se desmembrou do casal do Louro» (SANTA CATARINA, 1734: 269/277).

quarta-feira, 5 de setembro de 2012

Alegoria à Ordem de Malta no espírito da Majestade
Pintura a óleo, de Francisco de Mura, 1747
Museum of Fine Arts, Valletta

terça-feira, 4 de setembro de 2012

Visita à antiga Comenda de Montoito, Redondo




No passado fim-de-semana estivemos de visita à antiga e extinta Comenda de Montoito, no concelho de Redondo, distrito de Évora. Outrora anexa à Comenda de Elvas, trata-se de uma das comendas que a Ordem de Malta administrou mais a Sul do território português.
O topónimo Montoito, derivado de monte-outo, que deu Montouto e depois Montoito, parece advir de oito montes alentejanos, cujo trabalho e incremento agrícola deram origem ao agregado populacional que é agora o povoado.
O povoado terá sido fundado em 1270, com a outorga de Foral por Pero Anes e sua mulher, chegando a sede de concelho entre 1517, com a outorga de Foral Novo por D. Manuel I, em 25 de Outubro. Manteve a categoria de Vila e sede de concelho até ao início do século XIX. Pelo Decreto de 12 de Julho de 1895 a Vila foi anexada ao Concelho do Reguengos de Monsaraz, voltando para o de Redondo pelo Decreto de 13 de Janeiro de 1898.
Dentre o património edificado, assume maior destaque a igreja Matriz de Nossa Senhora da Assunção, situada no extremo Sul da localidade, pegada ao cemitério. E a igreja do Espírito Santo que está no centro da povoação, destacando-se no frontispício da mesma a Cruz de Malta sobre a data de 1603. Há ainda tradição da existência de um hospício anexo com “a roda dos enjeitados”, dependente da Ordem de Malta que funcionava como Misericórdia, e que está perpetuado no nome da travessa onde existiu: Travessa do Hospital.
Muitos aspectos da história de Montoito e nomeadamente da presença da Ordem de Malta nesse território estão ainda por trabalhar e, por isso, muito salutar e profícuo seria certamente o estreitamento de relações entre a Junta de Freguesia de Montoito e as actuais estruturas representativas da Ordem de Malta em Portugal.
Entretanto, para além de outra documentação, chamamos a atenção para os seguintes documentos fundamentais para a história de Montoito e da Ordem de Malta, que podem ser consultados na Biblioteca Pública de Évora:

- Livro de Estabelecimentos da Ordem Militar de São João de Jerusalém (1575); com listagem dos Mestres da Ordem e cópias de documentos desde 1489.
- Traslado de diversos privilégios pontifícios concedidos à Ordem, solicitado por Fr. António Vaz da Cunha, Comendador de Távora e Aboim (1529).
- Livro de registo das provisões, ordens e matrículas dos privilegiados e mais papéis que se mandaram registar na província de Montoito da jurisdição de S. João de Jerusalém em Malta.
- Maço com documentação diversa relativa à Comenda de Montoito: testamentos, autos cíveis, citatórias, etc.

segunda-feira, 3 de setembro de 2012

Visita ao Convento das Maltesas em Estremoz










No passado fim-de-semana estivemos de visita ao concelho de Estremoz e, nomeadamente, ao antigo e extinto Convento das Maltesas ou Convento de S. João da Penitência da Ordem de Malta. Foi extinto em 31 de Maio de 1878, por morte da última religiosa D. Ana Guilhermina da Purificação.
Actualmente, funcionam nas suas dependências a Misericórdia de Estremoz, proprietária do imóvel; no claustro, um Pólo da Universidade de Évora e, na ala sul, o Centro de Ciência Viva de Estremoz e um Museu interactivo e pedagógico dedicado exclusivamente à Geologia.
Marca característica e indissociável do edifício é, no entanto, a da sua génese. Foi, a partir do séc. XVI, um dos raros edifícios destinados à clausura de freiras da Ordem de Malta em Portugal. Testemunhos dessa realidade, encontramo-los ainda hoje um pouco por todo o Convento, cuja cruz oitavada de Malta se destaca no Portal de Entrada e nas portas de acesso dos Claustros aos principais espaços do edifício. Merecem igualmente destaque os frescos que decoravam, nomeadamente, as abóbodas dos Claustros, alusivos às preces das freiras maltesas, bem como o brasão das armas de Portugal sobre a cruz oitavada de Malta que se encontra no hall de entrada e que, há algum tempo, se encontram em processo de recuperação e preservação.
Foi com pena que verificamos alguma dissociação entre a história e a realidade actual do edifício, de tal forma que, não fossem os símbolos e testemunhos acima referidos, pouco se conseguiria aferir in loco sobre a importância histórica deste extinto Convento da Ordem de Malta, mormente para a história da própria Ordem. Os referidos símbolos e testemunhos, suscitam no visitante justificada curiosidade sobre a génese e história daquele edifício que, na nossa humilde opinião, deveria justificar relações estreitas entre a Misericórdia de Estremoz e as actuais estruturas representativas da Ordem de Malta em Portugal, no intuito de recuperar, salvaguardar e divulgar aspectos comuns da sua história e tradição.


O Inventário de extinção do Convento de São João da Penitência de Estremoz de Évora, guardado na Torre do Tombo (Cota actual: Ministério das Finanças, Convento de São João da Penitência de Estremoz de Évora, cx. 1928 e 1929), contém inventários de bens imóveis (prédios rústicos e urbanos) e dos bens móveis, descrição e avaliação do edifício do Convento e anexos, de alfaias, e mais objectos de culto e profanos, de foros, prazos, cartório (livros de autores nacionais e estrangeiros, hagiologia, de meditação, crónicas - seráfica, da Província do Algarve, entre outras -, "História da Ordem de Malta", de Anastácio de Figueiredo - 3 vol. -, "Flores del Carmelo", biografias de religiosas e religiosos, "Farmacopeia Tubalense", "Vida da Imperatriz Leonor Madalena Teresa", traduzida do alemão por João Leopoldo e Barão, um maço com papéis inúteis para vender a peso, e um saco com papéis de música de igreja, entre outros).
Integra a relação dos objectos do espólio que foram entregues ao depositário eclesiástico padre Joaquim Maria Ribeiro da Silva (1878), relação dos objectos preciosos e jóias, que foram entregues ao depositário João Nepomuceno dos Reis Varel, e a relação de objectos e livros para venda (1878).
Contém relações de foros, censos ou pensões correntes para venda, listas de arrematações (impressas), carta de sentença para título por dívida de foros relativa ao Moinho do Salgado (herdade do Pocinho), autos de avaliação de bens, autos cíveis de avaliação de um foro, da herdade da Valeja, da herdade do Monte Branco, relação de dívidas passivas, entre outros.
Compreende o livro da cópia do Inventário de São João da Penitência, da vila de Estremoz, 1878-1885, 198 fl.

Por Carta de Lei de 22 de Março de 1881, o edifício, igreja e cerca foram concedidos à Santa Casa da Misericórdia de Estremoz, para ali instalar o hospital civil e o Asilo da Infância Desvalida, denominado o Beatério. Inclui a cópia do auto de posse do edifício do Convento pela Misericórdia (1882).
A documentação menciona bens situados nos concelhos de Évora, Borba, Vila Viçosa, Elvas, Ponte de Sor, Alandroal, Sousel, Estremoz, entre outros.