sexta-feira, 30 de agosto de 2013

Exposição "Ordem de Malta e a Marinha: 900 anos ao serviço de uma convicção humanista"


A Marinha Portuguesa associa-se às Comemorações dos 900 Anos da Ordem Soberana Militar de Malta, acolhendo a exposição denominada "Ordem de Malta e a Marinha: 900 anos ao serviço de uma convicção humanista", que estará patente, a partir do próximo dia 5 de Setembro, no pavilhão das Galeotas do Museu da Marinha, em Belém, Lisboa.

quinta-feira, 29 de agosto de 2013

Concerto Coral na Igreja de Cedofeita, Porto


Também no âmbito das Comemorações dos 900 Anos da Ordem Soberana Militar de Malta, terá lugar no próximo dia 12 de Setembro, na Igreja Paroquial de Cedofeita, na cidade do Porto, um Concerto Coral pelo Choire of the Queen´s College.

quarta-feira, 28 de agosto de 2013

Colóquio "900 anos ao serviço de uma convicção humanista; História, Cultural e Solidariedade"

 
O Colóquio "900 anos ao serviço de uma convicção humanista; História, Cultura e Solidariedade", terá lugar no dia 27 de Setembro de 2013, das 9h30 às 18h00, na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa.
 
Informações:
+351218881303 | +351218881302 | +351932287216

segunda-feira, 26 de agosto de 2013

Armas de Frei D. Manuel Pinto da Fonseca
68.º Grão-Mestre da Ordem de Malta
Foi com o último Grão-Mestre português da Ordem de Malta que se consolidou o especial tratamento de que beneficia o Grão-Mestre da Ordem de Malta: Sua Alteza Eminentíssima e Príncipe. Em 1607, o Grão-Mestre da Ordem foi elevado a Príncipe pelo Sacro Império Germânico, o que lhe dava o direito ao uso do título de Alteza Sereníssima, prerrogativa que foi reforçada em 1620. Por decreto do Papa Urbano VIII, em 1630, a dignidade do Grão-Mestre foi equiparada a Cardeal, passando a usufruir do tratamento de Eminentíssimo, o que aconteceu com Frei D. Antoine de Paule (56.º), situação que se manteve até ao Grão-Mestre Frei D. Manuel Pinto da Fonseca (68.º) que, em 1741, combinou os dois tratamentos, passando a Sua Alteza Eminentíssima e Príncipe. Em sequência, Pinto da Fonseca foi o primeiro Grão-Mestre a usar coroa de rei cerrada sobre as respetivas armas.

domingo, 25 de agosto de 2013

Jardim de Malta - Palácio Nacional de Queluz

Vista aérea dos Jardins - Jardim de Malta à direita

Perspetiva do Jardim de Malta
Este fim-de-semana estivemos de visita ao Palácio Nacional de Queluz e seus jardins, nomeadamente, ao Jardim de Malta. Designação que se deve ao facto do Infante D. Pedro de Bragança (1717-1786), posteriormente Príncipe consorte do Brasil e Rei de Portugal de jure uxoris, ter sido, entre 1747 e 1786, Grão-Prior do Crato, a então mais alta dignidade da Ordem Soberana, Militar e Hospitalária de São João de Jerusalém, de Rodes e de Malta em Portugal.
Recorde-se que o Palácio Nacional de Queluz, construído em 1747,  fez parte das propriedades da Casa do Infantado e, principalmente a partir da incorporação do Grão Priorado do Crato na Casa do Infantado (criada por D. João IV em 1655), a dignidade de Grão-Prior do Crato passou a ser exercida exclusivamente pelos Infantes de Portugal, que tiveram o título de Senhores da Casa do Infantado.
Ainda antes, no entanto, já a dignidade era cobiçada pelos nossos monarcas para os filhos segundos.
Assim sucedeu, nomeadamente, com o Infante D. Luís de Portugal (1506-1555), filho do Rei D. Manuel I, Infante que primeiramente deteve a dignidade de Grão-Prior do Crato e a passou a seu filho D. António de Portugal (1531-1595), cognominado precisamente Prior do Crato.
Em 20 de Agosto de 1695, D. Pedro II, que deteve a dignidade e chegou a Rei, concedeu o título de Grão-Prior do Crato a seu filho D. Francisco (1691-1742).
Por força da Carta de 31 de Janeiro de 1790, da rainha D. Maria I, que roborou e ratificou a anexação e união do Priorado do Crato à Casa do Infantado, de acordo com a bula papal de 25 de Novembro de 1789, bem como do Alvará de 18 de Dezembro de 1790, que extinguiu a Mesa Prioral do Crato, passando o expediente à Junta do Infantado, foi criada uma nova Mesa e um juiz dos feitos da Casa e Priorado, passando a controlar o Grão-Priorado do Crato.
Foram simultaneamente Senhores do Infantado e Grão-Priores do Crato os seguintes Infantes:
- D. Pedro de Bragança (1648-1706), depois Rei D. Pedro II;
- D. Francisco de Bragança (1691-1742), Duque de Beja;
- D. Pedro de Bragança (1717-1786), depois Rei D. Pedro III;
- D. João de Bragança (1767-1826), depois Rei D. João VI;
- D. Pedro de Alcântara (1798-1834), depois D. Pedro I, Imperador do Brasil (1822-1831), D. Pedro IV, Rei de Portugal (Abril a Maio de 1926);
- D. Miguel de Bragança (1802-1866, depois Rei D. Miguel I.
A Casa do Infantado  e as Ordens Religiosas existentes em Portugal foram extintas por Decretos de D. Pedro IV, de 18 de março e 30 de maio de de 1834, respetivamente, sendo os seus bens integrados na Fazenda Nacional.
 
Recentemente, aquando da visita ao Palácio das Necessidades, deixamos para mais tarde algumas considerações sobre o tempo e contexto em que terão sido executadas as pinturas de altos representantes da Ordem de Malta que aí se encontram expostas: Personificação da Ordem de Malta; os quatro Grão-Mestres Portugueses; D. Francisco de Bragança, Prior do Crato; e Fra' Emanuel de Roham-Polduc, 70.º Príncipe e Grão-Mestre da Ordem de Malta (1775-1797). Tratar-se-á de uma encomenda feita no tempo em que D. Pedro de Bragança (1717-1786), teve a dignidade de Grão-Prior do Crato, como se pode aferir pelo facto de ter sido contemporâneo do 70.º Grão Mestre e sucessor de D. Francisco de Bragança como Senhor da Casa do Infantado e Grão-Prior do Crato.


segunda-feira, 5 de agosto de 2013

Escavações arqueológicas revelam o Hospital que deu origem à Ordem em Jerusalém

Segundo a edição online da National Geographic, escavações arqueológicas no bairro cristão da cidade velha de Jerusalém, que decorreram nos últimos 13 anos, revelam agora uma gigantesta estrutura que terá acolhido o maior hospital do Médio Oriente durante o período das Cruzadas. Nada mais, nada menos, que o hospital construído pela Ordem de São João de Jerusalém, há cerca de 900 anos.
O complexo estende-se por cerca de 1,5 hectares e é caracterizado por enormes pilares e abóbadas de nervuras, com tectos de até 20 pés. Aquele que terá sido o salão principal da enorme estrutura, é muito similar na aparência ao Salão da mesma Ordem dos Cavaleiros de São João, em Acre, na região da Galileia, no norte de Israel.
 

Alguns dos achados arqueológicos indiciam que o hospital estava dividido em diferentes alas e departamentos segundo o tipo de doença e condição dos pacientes, com uma capacidade de atendimento para 2.000 pacientes e, para além dos serviços de saúde, também terá funcionado como orfanato.
Num comunicado à imprensa, os arqueólogos disseram: "Nós aprendemos sobre o hospital a partir de documentos históricos e contemporâneos, a maioria dos quais escritos em latim. Os quais mencionam um hospital sofisticado, que é tão grande e organizado como um hospital moderno."
Em 1457 deu-se um terramoto nas imediações de Jerusalém que, provavelmente, destruiu a maior parte do edifício, que permaneceu em ruínas até o século XIX.
É muito feliz a notícia desta nova luz sobre as raizes históricas e fundacionais da Ordem de Malta, precisamente neste ano em que se está a comemorar os 900 Anos do reconhecimento Papal da fundação desse Hospital e soberania da Ordem.

domingo, 4 de agosto de 2013

Visita à Falcoaria Real de Salvaterra de Magos



Recentemente estivemos de visita à Falcoaria Real de Salvaterra de Magos, de que damos nota com algumas curiosidades relacionadas com a Ordem de Malta.
 
Com efeito, remonta aquele complexo aos inícios do século XVIII, tendo os primeiros falcões, cujos exemplares chegaram a Lisboa, com destino a Salvaterra, no dia 24 de Junho de 1745, sido oferecidos ao rei D. João V (1706-1750) pelo português e Grão-Mestre da Ordem de Malta Fra' D. Manuel Pinto da Fonseca (1741-1773).
A tradição de oferecer Falcões e até outras espécies exóticas ao Rei de Portugal, no entanto, é mais antiga. D. António Manoel de Vilhena (1722-1736), o mais renomado português que ocupou a Dignidade de Grão-Mestre da Ordem de Malta, por exemplo, uma vez eleito em 19 de Junho de 1722, todos os anos enviou falcões ao Rei de Portugal, alargando assim uma tradição que se mantinha já com os Reis de França e Espanha. Tradição esta, ainda mais antiga, a remontar a 1530, quando Carlos de Habsburgo, 2.º Rei de Espanha e Imperador do Sacro Império Romano-Germânico impôs à Ordem dos Hospitalários o denominado Tributo do Falcão Maltês em troca simbólica pela cessão da soberania da Ilha de Malta, mediante o qual a Ordem ficou incumbida  de entregar anualmente um falcão treinado para a cetraria ao reino de Espanha.
 
Do periódico "Gazeta de Lisboa", n.º 12, de 20 de Março de 1742, recolhemos a seguinte noticia:
«Quinta feira 15 do corrente deu ElRey noffo Senhor audiência a Duarte de Souza Coutinho, Cavaleiro da Ordem de Malta, e irmam do Correyo Mor do Reyno, que da parte do Gram Meftre da fua Religiam trouxe a Sua Mageftade o cftumado prefente dos Falcoens, fenso feu conductor D. Joam de Souza recebedor da mesma Religiam, que teve a honra de o aprefentar a Sua Mageftade, como fe pratica. Efte Fidalgo havendo desembarcado em hum dos portos de Provença, continuou a fua viagem por terra até efte Reyno».
Ainda neste mesmo ano, com expedição de Nápoles registada a 19 de Junho de 1742 (pode ler-se na "Gazeta de Lisboa", n.º 33, de 14 de Agosto), «O Gram Meftre da Religiam de Malta mandou a Sua Mag. de prefente dous Gatos da Perfia de huma beleza extraordinária».
 
O complexo da Falcoaria Real de Salvaterra de Magos, no entanto, é hoje apenas parte daquele que foi o Paço Real de Salvaterra de Magos mandado construir, por volta de 1542, pelo Infante D. Luís, que obteve o Senhorio da Vila de seu irmão D. João III, ambos filhos d'El Rei D. Manuel I. Antes, porém, já aí existia um Palácio, mas foram de tal monta a obras de ampliação e remodelação, com destaque para a construção da Capela Real, que ainda hoje aí existe também, que o complexo tomou mesmo o nome de Paço do Infante D. Luís. Recorde-se, a propósito, que o Infante D. Luís, para além de Condestável de Portugal, foi também Governador da Ordem de Malta, enquanto Prior do Crato,  o primeiro denominado Grão-Prior do Crato.


Cena de caça com recurso a falcões
Segundo reza a história o infante D. Luís, dito príncipe de altos pensamentos, foi um grande caçador de Falcão e teve a seu serviço oitenta caçadores assalariados, muitos deles estrangeiros, mui práticos nesta arte; e ele no paço, casa donde estava, tinha Falcões e os dava em cuidado aos seus moços da câmara, dos quais eu conheci alguns muito nobres e cada caçador tinha a sua conta dois e três Falcões», pode ler-se nos Anais de Salvaterra de Magos - Dados Históricos desde o Século XIV, por José Estevão.

As Caçadas eram a mais tradicional forma de entretenimento da Família Real. E os nossos monarcas, desde D. Sebastião a D. José, teriam mesmo uma predilecção especial por Salvaterra de Magos e pelas suas vastas coutadas.

sexta-feira, 2 de agosto de 2013