Aspecto do Mosteiro de Leça do Bailio no século XIX
por António do Carmo Velho Barbosa, in Memoria Historica da Antiguidade do Mosteiro de Leça, chamada do Balio
(Porto, 1852)
Légua e meia para montante da foz do Leça, na margem esquerda do outrora límpido e famoso rio, tão celebrado, e que Francisco de Sá de Meneses, o da Malaca conquistada, cantou: - Ó rio Leça / Como corres manso! / Se eu tiver descanço / Em ti se começa -, já no século X existia um pequeno ascetério duplex, sob a invocação do Salvador do Mundo, anexado em 1013 ao Mosteiro da Vacariça, e ambos unidos, em 1094, à Sé de Coimbra, pelo Conde D. Raimundo - segundo dizem.
O certo é que a Condessa D. Teresa Afonso, mulher do Conde D. Henrique, doou este Mosteiro de Leça à Ordem do Hospital, em data que se não pode averiguar, mas depois de 1122 e decerto em 1128 (Rui de Azevedo, «Algumas achegas...», RPH, IV,I,pp. 325 e 327). Desde então foi durante largo tempo a casa-mãe da Ordem em Portugal. Em 23 de Julho de 1122, de facto, o Bispo do Porto, D. Hugo, isentava o Mosteiro de Leça do imposto do jantar, recebendo em troca um casal em Valbom, outro em Gondomar, e quatro em Susanis, das mãos do Prior D. Martinho - mas este não era da Ordem, ao contrário do que já se pretendeu (Cfr. Censual do Cabido do Porto, fl.89, p.340, da edição da Bib. Mun. do Porto; Nova Malta...,P.I, #15). Ora, «como é óbvio, o acordo antecedeu a doação, de data incerta, que D. Teresa fez do referido Mosteiro aos freires do Hospital»(Rui de Azevedo, «Algumas achegas...», RPH, IV,I, p.325.).
De qualquer forma, o Mosteiro já estava povoado pelos freires no primeiro quartel do séc.XII, «com muitas herdades, coutos e pertenças».
in ALBUQUERQUE, Martim de, "Portugal e a Ordem de Malta...", Edições Inapa, S.A. 1992. p.113 e 114.
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