segunda-feira, 3 de julho de 2006

Investidura de novos Cavaleiros da Ordem de Malta

No passado Sábado a vila alentejana do Crato recebeu mais uma investidura de novos Cavaleiros da Ordem Soberana e Militar de Malta. De salientar que a vila do Crato e o Mosteiro de Santa Maria de Flor da Rosa foram sede da Ordem dos Hospitalários ou de Malta, tendo sido um dos lugares mais importantes da geografia portuguesa entre os séculos XIV e o século XV.
A investidura de novos Cavaleiros é sempre uma cerimónia bonita e repleta de simbolismo, onde os novos membros da Ordem cumprem as duas premissas religiosas, essenciais desta nobre instituição: "A defesa da Fé" e o "serviço aos pobres".
Numa cerimónia presidida pelo Conde de Alburquerque (actual principal da Ordem) houve ainda lugar à Santa Missa celebrada pelo Arcebispo Emérito de Braga, D. Eurico Dias Nogueira. Esteve ainda presente Sua Alteza Real o Infante D. Henrique de Bragança, em representação da Casa Real Portuguesa.
Um dia diferente na pacata vila do Crato que viveu assim, emoções e tradições de outros tempos, fazendo lembrar o peso que aquele lugar teve, como sede da Ordem Soberena e Militar de Malta, em Portugal.
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Cavaleiros Portugueses da Ordem de Malta voltam ao Crato
A Assembleia dos Cavaleiros Portugueses da Ordem Soberana e Militar de Malta visitou no dia 24 de Junho a vila do Grato, antiga sede do Priorado, para uma cerimónia de Investidura de novos Cavaleiros, na Igreja Matriz, um acontecimento que contou com as autoridades locais, Religiosas, sendo a Missa celebrada pelo Arcebispo de Braga, D. Eurico Dias Nogueiro. O programa incluiu os seguintes eventos.
Missa e Investidura de Cavaleiros - Igreja Matriz; almoço na Pousada de Flor da Rosa; deposição de flores no Monumento a D. Nuno Álvares Pereira; visita à Casa Museu Padre Belo; inauguração da exposição “Priorado do Crato” no Museu Municipal do Crato; a partir 20.30 horas, teve lugar uma Noite Cultural na Praça do Município gerando a amizade e cooperação entre estas duas entidades. Recorde-se que o Crato e Flor da Rosa foram sede da Ordem dos Hospitalários ou de Malta, e, consequentemente, um dos lugares mais prestigiados de todo o Portugal entre o séc. XIV e o séc. XVI, deixando monumentos únicos e de uma beleza inigualável como o Mosteiro de Santa Maria de Flor da Rosa ou a Varanda do Grão-Prior.
A Ordem Soberana e Militar de Malta
A Ordem tem a sua origem num pequeno hospício fundado em Jerusalém, por volta de 1070, fruto de uma negociação estabelecida entre um grupo de comerciantes de Aroalfi (cidade perto de Nápoles), e o Califado do Egipto, de modo a albergar os peregrinos que demandavam aquelas paragens. Este hospício ficou inicialmente sob a jurisdição da Igreja Beneditina de Santa Maria Latina, com obediência à regra de São Bento. Em 1113 foi aprovada a instituição do Hospital de São João, pela Bula do Papa Pascoal II, Piae Postulationes, com a data de 15 de Fevereiro, dirigida ao Beato Gerardo (Principal Ordem).
Principal da Ordem
Em Portugal, a Ordem do Hospital de S. João marcou presença desde a fundação da nacionalidade, administrando politica e militarmente os territórios que lhe foram confiados (sobretudo no Alto Alentejo e na Beira Baixa), defendendo orgulhosamente as nossas fronteiras, contribuindo desse modo para a consolidação e afirmação da identidade nacional portuguesa.
História da Ordem em Portugal
Ao longo de nove séculos de vida, a Ordem Soberana e Militar de Malta afirmou-se no Conserto das Nações como um ente política e internacionalmente soberano, Sujeito de Direito Internacional Público, tendo por finalidade principal a de servir aqueles que sofrem e os mais carenciados, numa perspectiva Cristã e solidária, de dignificação do Homem. Nos nossos dias a Ordem tem um Embaixador acreditado, junto do governo português, é reconhecida pela ONU, UE, FAO, OMS, tendo representações diplomáticas a nível de embaixador com cerca de 100 Estados soberanos. A Ordem é uma Monarquia Constitucional chefiada por S.A.E. o Príncipe e Grão Mestre Frá Andrew Bertie, assistida pelo Soberano Conselho, e tem sede em Roma, Itália.
As Damas e Cavaleiros Portugueses integram a Assembleia
Portugueses da Ordem Soberana e Militar de Malta, Pessoa Colectiva de Utilidade Pública e Instituição Particular de Solidariedade Social, com sede em Lisboa, fundada em 1899, tendo sido o seu primeiro Presidente de Honra, El-Rei D. Carlos I - A Assembleia dos Cavaleiros Portugueses desenvolve Obras Assistenciais em prol dos mais desfavorecidos, nomeadamente na área da assistência médica e da formação, do Norte ao Sul do Pais, ao abrigo do Espírito Cristão baseado nas duas premissas “Obsequium Pauperum” e “ Tuitio Fidae”.A Cruz branca oitavada, símbolo da Ordem Soberana e Militar de Malta, é uma referência universal, de Paz, Concórdia e de Amor Cristão. in Ecclesia

3 comentários:

Anónimo disse...

Ex.mo e Il.mo Senhor,

Dominus vobiscum! Salus et felicitas!

Boa noite.

Gostava de saber quais as condições para ser membro da Ordem de Malta? Obrigado.

Com os melhores cumprimentos,
Luís [antepassados.linhagem(arroba)gmail.com]

António Brandão de Pinho disse...

Caro Luís Miguel,

Os requisitos de admissão à Assembleia dos Cavaleiros Portugueses da Ordem Soberana e Militar de Malta, que lhe informo de forma não oficial, dependem da categoria que melhor se aproprie ao candidato à admissão.

Actualmente existem três categorias:

i) Cavaleiro ou Dama de Honra e Devoção - para se ser admitido nesta categoria, o candidato tem de provar, perante um genealogista da Ordem, descender de quatro avós nobres em 200 anos seguidos de história da família ou então que a varonia do avô paterno tem 450 anos de nobilitação aprovada.

ii) Cavaleiro ou Dama de Graça e Devoção - para se ser admitido nesta qualidade, o candidato a membro tem de provar que na varonia do seu avô paterno há pelo menos 200 anos de nobilitação, sem quebras.

iii) Cavaleiro ou Dama de Graça Magistral - para se ser admitido nesta qualidade o candidato apenas tem de demonstrar ser bom católico, de acordo com os critérios estabelecidos pela Ordem.

Preenchidos todos estes requisitos e obtido o voto favorável à admissão por parte do Conselho, o candidato a membro terá de se submeter ao processo de admissão, que inclui a reunião de diversos documentos a sujeitar à posterior aprovação pela Assembleia Portuguesa e pelo Grão-Magistério, em Roma.

Com os meus cumprimentos,
A. J. Brandão de Pinho

Unknown disse...

Existe idade mínima para ingressar?