Oh Deus, vieram os pagãos invadir a tua herança,
profanaram o teu santo templo,
reduziram Jerusalém a um monte de escombros!
lamento do Salmo LXXVIII
Em risco constante
(...)
Apesar de ocuparem grande parte do território da Palestina, os cruzados detinham o controlo de forma assaz precária e estavam constantemente expostos ao risco de agressão externa. Toda a rede viária estava constantemente infestada por salteadores que provinham de cidades egípcias, de beduínos do deserto e de refugiados muçulmanos descidos das montanhas que assaltavam os viajantes, depredando-os e massacrando-os.
As condições naturais do país não favoreciam a situação. A Palestina era uma região árida e pobre em recursos naturais, além de que o estilo de vida das gentes vindas da Europa, habituadas a uma alimentação abundante e hábitos de higiene sumários, incrementava a mortalidade, sobretudo da população infantil.
Em 1101 uma outra expedição partiu para auxiliar os débeis estados latinos da Terra Santa e nos anos imediatamente seguintes foram conseguidas importantes conquistas com a aquisição de Tripoli que, juntamente com outros territórios que continuavam em mãos islâmicas, possuía grande valor estratégico para a sobrevivência do reino, o que permitiu que as tropas cristãs de Jerusalém se reunissem às setentoriais de Edessa e Antioquia.
Não obstante estes esforços, em 1115 a situação era tal que Balduíno I foi obrigado a lançar um apelo à cristandade do Ocidente para que fosse povoar a Terra Santa.
O controlo da rede viária constituía verdadeira emergência, fosse para assegurar as portagens das caravanas mercantis que chegavam da rota oriental em direcção ao mar, ou para garantir a possibilidade de visitar os lugares santos, fulcro ideal do reino; mas as estradas representavam uma aventura arriscada: em 1102, quando Balduíno I tinha já providenciado o reforço da defesa do reino, o peregrino normando Saelwulf ficou aterrorizado pelos perigos da sua viagem, fazendo dela um relato impressionante.
in BARBARA FRALE, Os Templários, Edições 70, Maio de 2005, pág. 19 e 20.
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