sábado, 8 de julho de 2006

Hospitalários vs Templários - IV

Considerando o clima histórico no qual nasce a Ordem do Templo, não surpreende que o papado, e em geral a sociedade cristã, tenha podido conceber a existência de uma ordem de frades habilitados para a guerra; tanto a Igreja quanto os titulares dos direitos senhoriais, expostos ao risco contínuo destas desordens sociais, viram na futura ordem religiosa a maneira de tornar institucional e permamente a experiência cruzada.
O concílio de Troyes, que abre em Janeiro de 1129 com a presença do legado apostólico Mateus d'Albano, proporciona uma óptima ocasião para se discutir sobre a constituição daquela ordem religiosa e militar; mas os problemas não são poucos nem de fácil solução. Não se trata de instituir simplesmente um corpo militar guiado por valores religiosos, é necessário encontrar o modo de dar canonicamente vida a uma ordem de frades habilitados para a guerra e para o homicídio.
Mas a sede apostólica estava a atravessar um momento extremamente delicado, em que a própria pessoa do papa estava em discussão; a proposta que chegava do longínquo Oriente, tão inovadora e tão explosiva em relação à tradição da Igreja, dificilmente poderia ter encontrado receptividade.
in BARBARA FRALE, Os Templários, Edições 70, Maio de 2005, pág. 27 e ss.

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