sábado, 18 de maio de 2013

D. Manuel Clemente, Grã-Cruz Pro Piis Meritis da Ordem de Malta, nomeado Patriarca de Lisboa

 
De seu nome completo Manuel José Macário do Nascimento Clemente, Sua Excelência Reverendíssima Dom Manuel Clemente, atual Bispo da Diocese do Porto, nascido a 16 de Julho de 1948, na freguesia de São Pedro e Santiago, em Torres Vedras, pertencente à Diocese de Lisboa, foi recentemente nomeado, por Sua Santidade o Papa Francisco, Patriarca de Lisboa, cargo de que tomará posse e fará entrada solene no dia 7 de julho. Proximamente, no primeiro Consistório, será criado Cardeal da Igreja, passando então a designar-se Sua Eminência Reverendíssima Cardeal-Patriarca de Lisboa.
 
Dom Manuel começou por se formar em História na Faculdade de Letras de Lisboa, mas, correspondendo ao apelo para servir a Igreja de Pedro, entrou no Seminário Maior dos Olivais em 1973. Formou-se em Teologia na Universidade Católica de Lisboa, em 1979, onde foi professor de História da Igreja, presidiu ao Centro de Estudos de História Religiosa e obteve, em 1992, o Doutoramento em Teologia Histórica. Entre 1989 e 1999 foi Vice-Reitor do Seminário Maior do Cristo-Rei dos Olivais.
Em 06 de novembro de 1999 foi nomeado Bispo Auxiliar de Lisboa, por Sua Santidade o Papa João Paulo II, tendo já o título de bispo titular de Pinhel (1999-2007). A sua ordenação episcopal, sob o lema In Lumine Tuo, teve lugar em 22 de janeiro de 2000, por Dom José da Cruz Policarpo, seu antigo professor e atual Cardeal-Patriarca de Lisboa. Em 22 de fevereiro de 2007, foi nomeado bispo da Diocese do Porto, onde deu entrada solene em 25 de março desse mesmo ano.
É autor de uma vasta obra historiográfica, com destaque para títulos como: Portugal e os Portugueses e Um só propósito publicados em 2009. Igreja e Sociedade Portuguesa, do Liberalismo à República e Nas Origens do Apostolado Contemporâneo em Portugal — A Sociedade Católica (1843–1853).

Considerado uma das personalidades mais influentes de Portugal, segundo o semanário "Expresso", «D. Manuel Clemente tem perfil, talento e diplomacia de sobra para lidar com os desafios que lhe surgirem pela frente. Quase a completar 65 anos, está longe da idade da reforma. A sua voz dentro da Igreja e na sociedade é ouvida com atenção, o seu perfil de intelectual e a abertura para o diálogo valeram-lhe várias distinções muito para além dos muros da Igreja». Entre outras distinções, em 11 de Dezembro de 2009, foi galardoado com o Prémio Pessoa, sendo o primeiro dignitário da Igreja a receber esta distinção. Em 25 de abril de 2011 foi agraciado com a Medalha Municipal de Honra da cidade do Porto. Em 12 de dezembro de 2012 foi agraciado com a Grã-Cruz Pro Piis Meritis, uma das mais altas distinções honoríficas concedidas pela Ordem Soberana Militar de Malta.
 
S.E. o Sr. Conde de Albuquerque com S.E.R. Dom Manuel Clemente, por ocasião da imposição das insígnias da Grã-Cruz Pro Piis Meritis, em 12 de Dezembro de 2012.
 
Mensagem de D. Manuel Clemente aos diocesanos de Lisboa

Caríssimos diocesanos do Patriarcado de Lisboa

Por nomeação do Santo Padre, o Papa Francisco, regressarei a Lisboa em julho próximo, para vos servir como Bispo Diocesano. É um regresso enriquecido por quanto aprendi na Igreja Portucalense, na grande generosidade e aplicação dos seus membros, a tantos títulos notáveis. Como sabeis, não é a primeira vez que um bispo portucalense continua o seu ministério entre vós: assim aconteceu designadamente com D. Tomás de Almeida, que daqui partiu para ser o primeiro Patriarca de Lisboa, em 1716.
De Lisboa trouxe eu para o Porto cinquenta e oito anos de vida convivida, como leigo e ministro ordenado, sob o pastoreio dos Cardeais Cerejeira, Ribeiro e Policarpo. De todos eles guardo larga e agradecida recordação, em especial do Senhor D. José Policarpo, de quem fui aluno e depois colaborador próximo no Seminário dos Olivais e no serviço episcopal, muito ganhando com a sua amizade, inteligência e conselho. A ele dirijo neste momento palavras sentidas de muita gratidão e estima, sabendo que posso contar com a sua sabedoria e experiência. Do Porto levo para Lisboa mais seis anos, plenos de vida pastoral intensa nesta grande Igreja e região, quer no dia a dia das suas comunidades cristãs, quer no dinamismo cívico e cultural dos seus habitantes e instituições.
Assim vos reencontrarei. As minhas palavras vão cheias do grande afeto que sempre mantive por todas e cada uma das terras e populações que, de Lisboa a Alcobaça e do Ribatejo ao Atlântico, integram o Patriarcado de Lisboa. Falo das comunidades cristãs e de quantos, ministros ordenados, consagrados e fiéis leigos, nelas dão o seu melhor nas diversas concretizações apostólicas. Falo das associações de fiéis e movimentos, dos institutos religiosos e seculares, das famílias, das instituições e iniciativas de todo o tipo em que a seiva evangélica dá bom fruto. E refiro-me também a todas as realidades sociais e cívicas onde se constrói aquele futuro melhor, justo e solidário de que ninguém de boa vontade pode e quer desistir. Da minha parte, contareis com tudo o que puder, n’ Aquele que nos dá força (cf. Fl 4, 13).
Saúdo com grande amizade os Senhores D. Joaquim Mendes e D. Nuno Brás, bem como todos os membros do cabido e do presbitério, do diaconado e dos serviços diocesanos, dos seminários, paróquias, institutos, associações e movimentos: Todos juntos, na complementaridade dos carismas e ministérios que o Espírito distribui, seremos o Corpo eclesial de Cristo, para que o seu programa vivamente continue, como o enunciou na sinagoga de Nazaré:«O Espírito do Senhor está sobre mim, porque me ungiu para anunciar a Boa Nova aos pobres…» (cf. Lc 4, 18 ss).
Vosso irmão e amigo, com Cristo e Maria,
+Manuel Clemente
Porto, 18 de maio de 2013

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