Com o fim das cerimónias do dia 13 de maio, de cada ano, em Fátima, termina também a mais longa e intensa campanha anual do Corpo de Voluntários da Ordem de Malta, e inicia-se o regresso a casa de cada um dos voluntários, alguns deles ao fim de dois ou três dias de campanha ininterrupta. Regressam fisicamente cansados mas moral e espiritualmente reconfortados, como nos confidenciou um jovem médico que, com sacrifício familiar e dispêndio financeiro, tirou três dias para fazer voluntariado. Que o mesmo é dizer: fazer alguns quilómetros a expensas próprias, calçar umas luvas, colocar um avental, dispor duas cadeiras frente a frente e uma bacia de água, junto de uma bancada com material para curativos rápidos, aguardar e receber os Peregrinos, prestando-se a lavar e massajar pés e pernas, furar e tratar bolhas, reconfortar física e espiritualmente.
Faz parte da génese do Corpo de Voluntários e do carisma da Ordem de Malta ajudar de forma discreta e desinteressada os Peregrinos que demandam os lugares Santos, sem questionar as razões ou motivações, sem tirar partido da fé, devoção, missão ou desafio, e muito menos do sacrifício alheio. "Não ajudam para aparecer, aparecem para ajudar", como nos referiu um conhecido e destacado membro da Assembleia dos Cavaleiros Portugueses da Ordem de Malta que, por estes dias, troca o fato por indumentária mais informal e arregaça as mangas lado-a-lado com os demais voluntários.
Fazer voluntariado no Corpo Operacional e, nomeadamente, prestar assistência aos Peregrinos que demandam os lugar Santos, faz parte das obrigações dos Cavaleiros e Damas, membros da Ordem de Malta. A grande maioria dos voluntários, no entanto, são homens e mulheres, profissionais e não profissionais, que, de forma altruísta e desinteressada, se disponibilizam a ajudar no Corpo de Voluntários, vivênciando o famoso carisma desta milenar Ordem Católica, que consiste na defesa da fé e assistência aos mais necessitados, mundialmente conhecido por «Tuitio Fidei et Obsequium Pauperum».
«Mais um ano agradeço ao corpo de voluntários da Ordem d Malta, cada tratamento, cada carinho, cada abraço é fundamental na nossa caminhada», por Mena Marques, in Facebook
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