Plano da cidade de La Valetta 1680 |
Grão-Porto, Ilha de Malta 1801 |
Há precisamente 483 anos, depois de perderem o domínio sobre a ilha de Rodes (que abandonaram, ainda que, com honras militares, em 01.I.1523) e se estabelecerem temporaria e sucessivamente em Viterbo, Nice e Siracusa, os Cavaleiros Hospitalários de S. João de Jerusalém e de Rodes fixaram-se na ilha de Malta, ao abrigo do acordo celebrado com o imperador Carlos V e a aprovação do Papa Clemente VII.
Ao passo que se deu continuidade à luta contra os infiéis, também se verificou um crescente desenvolvimento da ilha, cuja defesa também era preciso acautelar, principalmente após o ataque perpetrado em 1565 pelas forças do sultão otomano Solimão, com o objectivo de exterminar a Ordem. Apesar da enorme frota turca, com quatro vezes mais o número de homens, e da particular severidade da luta que durou de Maio a Setembro desse ano, sairam vitoriosos e motivados os Cavaleiros de S. João de Jerusalém. Razão pela qual insistiram em manter essa sua posição em Malta.
Cerco Otomano a Valetta 1565 |
Foi então que o Grão-Mestre Jean Parisot de La Valette ordenou que se desse início ao plano de construção de uma cidade fortificada. Este projecto recebeu o apoio do Papa Pio V e o patrocínio do rei de Espanha, Filipe II, que disponibilizaram os seus serviços de engenharia militar para a concepção da cidade e das suas estruturas defensivas. Os trabalhos começaram em 1566, com a construção dos bastiões, procedendo-se depois à construção dos edifícios mais importantes. Volvidos apenas dois anos, estavam já concluídos os trabalhos de fortificação. Em homenagem ao Grão-Mestre La Valette, a cidade recebeu o nome La Valetta.
A fortificação foi traçada pelo arquitecto italiano Francesco Laparelli, que deixou Malta em 1570, enquanto que os principais edifícios, como a Igreja de São João, o Palácio do Grão-Mestre e Sacra Infermaria e os albergues de hospedagem aos Cavaleiros da Ordem, foram traçados pelo arquitecto maltês Gerolamo Cassar, que lhes imprimiu o estilo maneirista.
Bastião da Cristandade, materializado na fortaleza que rodeava a cidade, La Valetta logo se revelou um local seguro e atrativo, que muito cresceu em termos populacionais e patrimoniais durante o século XVI.
Para o crescimento populacional e patrimonial de La Valetta, bem como para o bom nome da Ordem de Malta, contribuiram também três dos quatro ilustres portugueses que ocuparam a dignidade de Grão-Mestres da Ordem. D. Frei Luíz Mendes de Vasconcelos, de 1622 a 1623, D. Frei António Manoel de Vilhena, de 1722 a 1736, e D. Frei Manuel Pinto da Fonseca, de 1741 a 1773, cujos monumentos funerários se podem observar na Co-Catedral de S. João, em La Valetta.
Os Cavaleiros Hospitalários de São João de Jerusalém, de Rodes e de Malta, permaneceram na ilha até ao dia em que Napoleão, traiçoeiramente, atacou a Ordem "no seu coração", obrigando o Grão-Mestre Ferdinand Von Hompesch, que lhe terá dado porto-salvo para reabastecer os navios enquanto se dirigia para o Egipto, a capitular. Fonte e Imagens: Wikipédia.
Sem comentários:
Enviar um comentário